domingo, 9 de novembro de 2014

Uma prancha, muitas ondas e uma Sereia.

Peguei meu carro e resolvi viajar de Salvador até o Rio de Janeiro passando por Porto Seguro, onde planejava ficar por uns dois ou três dias.

Estava recém-separado de uma mulher pela qual senti muito desejo e pouco amor. O amor ficou para os frutos deste desejo, dois filhos lindos, duas almas em construção. Sentia certa leveza por estar livre da hipocrisia de manter uma relação desgastada com o tempo e com isso providenciando um ambiente infeliz para meus filhos. Por isso a separação não foi opção, foi obrigação ética.

Ainda na BR101, na metade do caminho, resolvi passar por Itacaré, onde passei três dias surfando as melhores ondas que já surfei em Itacaré.

De Itacaré fui a Porto-Seguro onde passei outros três dias, curtindo as praias e o ambiente noturno movimentado de uma cidade pequena.

Saindo de Porto-Seguro, aproveitei para ouvir a mistura do som do motor de meu carro com a brisa matutina. Uma mistura de sons melhor do que muita música composta, principalmente nestes últimos tempos. Poucos quilômetros depois vi uma moça, no acostamento da estrada, que ao me perceber estendeu o braço e com a mão fez o gesto típico da carona. De longe a imagem já tinha impregnado a minha retina. Loura, cabelos compridos chegando à cintura, uma camiseta curta que terminava acima do umbigo e um short jeans, bem curto. Instintivamente reduzi a velocidade para ver melhor os detalhes. Notei as pernas elegantes, bem torneadas e chamativas diante dos sapatos de salto alto e o short pequeno, rasgado. Ela estava com pulseiras e colares de miçangas e uma pequena mala na outra mão. Ao chegar bem perto olhei para o rosto, lindo, e pensei nos meus dois filhos, ainda com um desejo intenso por aquela Sereia loura, mas com medo de que esta aventura pudesse ser alguma armadilha, não com medo pessoal, porque tinha perdido este medo depois de ter sobrevivido a algumas surpresas geralmente fatais, mas que no meu caso, não foram. Tive medo por meus filhos que dependiam exclusivamente de mim. Sorri para a Sereia e passei. A imagem da sereia, que impregnou minha retina jamais saiu da minha memória.

Nesta viagem tive duas oportunidades criadas. A primeira, não planejada, de surfar em Itacaré. Ao aproveitar esta oportunidade surfei melhores ondas que as surfadas nas viagens planejadas a Itacaré. A segunda oportunidade, de passar momentos surpreendentes porque inesperados, com uma Sereia. Esta, não aproveitei.

Jamais me arrependi das oportunidades que aproveitei, pois mesmo que tivessem um fim desagradável (o que não foi o caso da estadia em Itacaré) jamais foram tempos perdidos. Serviram de aprendizado, naqueles momentos, porque mal me lembro das oportunidades aproveitadas. Mas hoje, uma década depois, ainda me lembro da Sereia loura pedindo carona e imagino como teria sido se tivesse parado o carro. Talvez terminasse sendo apenas uma carona, o tempo, achado, aproveitado em uma conversa cujo aproveitamento, para mim, dependeria do canto da Sereia. Talvez terminasse numa aventura, com muitas paradas antes de chegar ao Rio de Janeiro que poderia se tornar um destino comum. Talvez a aventura terminasse num assalto, numa destas paradas. Talvez terminasse numa DST. Talvez a aventura não terminasse nunca e ainda estivesse vivendo-a hoje.

São muitos “talvez”, mas apenas por um motivo, por não ter aproveitado a oportunidade, e quando não se aproveita uma oportunidade, seu mundo se enche de “SE” e “TALVEZ” e termina num único “NUNCA”. Nunca saberei como teria sido se tivesse parado o carro.

E o “Nunca saber” dói bem mais que os “Se” e os “Talvez”.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Como se eternizar no poder sem precisar cometer crimes.

Para explicar o título acima é preciso entender o processo inteiro.

Durante a investigação e julgamento do Mensalão, verificou-se que o denunciante (Roberto Jefferson) e os operadores foram tratados com todo o rigor da justiça enquanto o núcleo político tratado da forma mais leniente possível que chegou ao absurdo de influenciar as indicações ao STF com o interesse nítido de aliviar o já pouco rigor com que foram tratados. Coloque-se ao redor do “núcleo” político as esferas de elétrons (deputados e senadores) POUPADOS de serem incriminados por sua participação.


No momento em que foi flagrado pela operação lava-jato, o ex-diretor da Petrobrás sabia exatamente qual a sua posição, a de operador. Não sendo burro, sabia que o seu destino seria semelhante ao do operador do mensalão, Marcos Valério, e negociou uma delação premiada. Sabia que somente assim reduziria sua pena. Aí fez a denúncia, sabendo que A PENA SOMENTE SERÁ REDUZIDA SE AS DENÚNCIAS FOREM PROVADAS VERDADEIRAS.

Daí veio o esclarecimento do que acontecia na Petrobrás: 3% de todos os contratos eram pagos por debaixo do pano e este dinheiro era dividido entre os partidos, para os caixa2 de campanha, para pagamento de propinas e enriquecimento ilícito de alguns.

Como se eternizar no poder? Primeiro deve-se tornar estes 3% em algo legal, ou seja, para cada contrato assinado pela Petrobrás e outras Estatais 3% será aplicado em um fundo para a população. Como estes 3% representariam bastante dinheiro, divididos pela população comprovadamente carente eles receberiam muito mais que a atual bolsa família e realmente diminuiria a desigualdade. 

Quem em sã consciência votaria contra um governo que ajuda aos necessitados de forma real, aprovada por lei e honesta. Este governo, apoiado pelo povo, estaria ETERNAMENTE no poder.

Então, por que não fazem? Simples. Porque nestes 3% não estão somente o destinado para as campanhas políticas como também as propinas e enriquecimento ilícito. Ou seja, o interesse não é ajudar, porque poderiam ajudar bem mais, o interesse é enriquecer.

domingo, 26 de outubro de 2014

Uma lista para se honrar a palavra.

Faz muito tempo que não escrevo neste Blog. Queria deixar o blog livre de toda esta sujeira eleitoral que emerge meses antes da eleição quando a mídia fica tomada por mentiras e agressões gratuitas.  Neste último mês, a grande maioria dos meus posts no Twitter foi sobre política. Porque aqui não e lá sim? Porque no Twitter a baixaria é constante e até estimulada pela ignorância (no sentido de desconhecimento).

Hoje acabou a eleição que teve como resultado o assassinato da democracia. Está instaurada a ditadura do PT que será eternizada uma vez que os petistas, a maioria dos votantes, não se importa que o PT cobre propina por contratos com a Petrobrás, simplesmente aceitaram o papel de cúmplices da corrupção.

Voltei a escrever aqui para apresentar uma lista. Baseada nas promessas feitas pela PresidentA Dilma. Ela é obrigada a cumprir se quiser manter a HONRA de sua palavra, se é que alguma vez se importou com isso.

Aqui vai a lista de obrigações da Dilma:

1- Não apenas manter como estender o “minha casa, minha vida” para não excluir a classe média que é obrigada a viver de aluguel porque não consegue pagar a “poupança” do financiamento, mas tem um salário que o impede de entrar no programa.

2- Mandar investigar o Petrolão com a polícia usando os documentos, recibos e notas fiscais que o doleiro disse possuir. Que estes documentos não sejam escondidos sob o segredo de justiça, muito pelo contrário, devem ser publicados porque políticos não devem ter o direito de serem protegidos quando flagrados com provas de corrupção.

3- Que seja solicitado a cassação de TODOS os políticos envolvidos sejam de que partido for, mesmo que do partido dela. Sem isso Dilma perderá qualquer direito de usar a palavra Honra ligada ao nome dela.

4- Em caso da morte do doleiro, que não seja transformado em um caso Celso Daniel 2, que os assassinos e seus mandantes sejam identificados e presos.

5- Que a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil deixem de atuar como financiadores partidários e cabides de emprego para amigos e passe a financiar a quem realmente precisa e não a artistas já consagrados e amigos do governo.

6- Que reduza a taxa de juros. Que os bancos, como em muitos países, não cobrem taxas aos clientes só para manterem a conta. Taxas? Apenas as de administração de investimentos.

E o mais importante: Que cumpra o prometido e dê ao Nordeste, e também ao Norte, que precisa, as correções das injustiças cometidas por séculos de exploração das suas riquezas nacionais sem pagamento de royalties, e o faça com as verbas do Pré-Sal. Isto sim seria uma correção de injustiças históricas, o que no governo anterior ela se negou a fazer.

Menos que isso, não honrará sua palavra.

E finalmente desejaria algo que não foi prometido, mas é o que o Brasil mais precisa deste próximo governo. Trazer de volta o maior programa social que o Brasil já teve, os CIEPs de Darcy Ribeiro e Brizola e o nacionalize.

Agora é esperar algo incomum nos políticos: Que a presidentA HONRE a sua palavra.

sábado, 12 de julho de 2014

Os Melhores do Futebol.

Motivado por tanta besteira que ouvi sobre a história do futebol e seus ídolos nos programas esportivos durante a Copa e revoltado com a redivulgação da famigerada lista de Pelé dos 123 maiores jogadores, uma lista política de quem entendia tudo sobre o que fazer com a bola em campo, mas nada do que fazer com a boca fora dele. Resolvi fazer minha própria lista de 100 maiores. Uma lista que também é influenciada por opinião, como qualquer outra lista, mas que leva em consideração o que vi em Estádios, vídeos, transmissões e o que li em biografias e livros sobre o futebol.

Muitos vão se assustar com a ausência de Pelé no topo da Lista, mas aqui fui influenciado pelos meus mentores esportivos, pai e tio, que viram Friedenreich e Pelé jogarem e não terem a menor dúvida que Fried foi melhor do que Pelé.  Na lista de 100, como simplesmente ignorar a presença de Domingos da Guia, a quem Obdúlio Varela, capitão da Seleção Uruguaia de 1950, dizia ser o melhor de todos, já que conseguiu o feito de ser campeão no Brasil, Uruguai e Argentina?

E assim fiz uma lista de cem jogadores. Os primeiros vinte ranqueei. Os outros oitenta coloquei em ordem alfabética. Estou colocando informações sobre eles, mas ainda não completei. O ranking dos 20 já está pronta. É esta aí de baixo:

(PS. Djalma Ramos leia-se Djalma Santos)
E daqui a 70 anos, quando todos estivermos em outro plano, pedirei a Deus para colocar este time em campo e assisti-lo jogar, com lágrimas nos olhos, ao lado de meu pai e meu tio:

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Soluções para o futuro do futebol brasileiro? Existem.


Agora, que o Brasil foi vergonhosamente reprovado no vestibular da Copa, está na hora de estudar as soluções para o futebol brasileiro.
Vou citar sete, número místico, que marcou também a maior vergonha do futebol brasileiro, sem sequer precisar me estender nelas porque são óbvias.
Soluções:
1- Acabar a CBF e fundar uma liga de grandes clubes e outras ligas menores, sob o controle de uma associação de jogadores profissionais.
2- Acabar com o STJD, o que já estaria incluído no fim da CBF. No lugar do STJD nomeia-se um Comissário como nas grandes ligas americanas.
3-Iniciar um projeto de Seleção Nacional permanente integrada ao calendário brasileiro, com jogadores que joguem exclusivamente o campeonato nacional. É melhor um time menos talentoso e muito mais entrosado que um emaranhado de “nomes” que jamais formarão um time. Para isso os campeonatos brasileiros e estaduais seriam reduzidos para permitir ao menos uma semana por mês para treino e jogo da seleção. A seleção alemã tem 17 jogadores que jogam no futebol alemão. Por que o Brasil não poderia ter um time com os 23 jogadores daqui?
4- Iniciar nas Universidades programas de Esportes incluindo o futebol, com esquemas de recrutamento por grandes clubes como na NFL, NBA ou MLB.
5- Proibir o acesso à seleção, no seu período de treinamento, de celebridades e imprensa. A imprensa terá as outras três semanas do mês para procurar os jogadores.
6- Que todos os treinos da seleção sejam secretos e obrigatoriamente contenham treinos táticos e de jogadas específicas.
7- Que ninguém da comissão técnica tenha qualquer relação com empresários de jogadores e se houver relação os jogadores em questão sejam excluídos da seleção, ou o membro da comissão técnica.

domingo, 29 de junho de 2014

O que Nadal tem que a Seleção não tem?


A Copa do mundo caiu exatamente no período do torneio de Wimbledon, um dos torneios de Grand Slam, portanto resolvi usar os dois esportes para tentar entender o que acontece na seleção brasileira.

O que Nadal tem que a Seleção não tem? Muitos responderiam de imediato: “controle das emoções”. Não estariam de todo errados, mas escolheram justamente o ponto que menos importa.

Nadal tem uma força mental inegável e absolutamente superior, mas se isso fosse o fundamental para ser tenista, Bobby Fisher (Enxadrista) seria o maior vencedor na história do tênis.

A primeira diferença essencial vem fora dos jogadores. São os técnicos. Enquanto Nadal tem um treinador atento, seu Tio Toni, a Seleção tem um animador de torcida. Diante de um resultado difícil, Felipão vai com seus discursos patrióticos tentar fazer a diferença. Nunca fez. Em 2002, quem fizeram a diferença foram Ronaldo e Rivaldo, em 1994 foram Romário e Bebeto.  Em 1970, um time de meias-esquerdas, Gérson, Rivelino e Tostão, (posição inexistente hoje), verdadeiros camisas 10. As outras copas não vi, logo não vou opinar.

Voltando aos técnicos, Tio Toni e seu sobrinho analisam seus adversários e procuram por onde vencê-los, e treinam, treinam, treinam até chegarem próximo a perfeição, e então continuam treinando porque apenas a perfeição, objeto inatingível, os move para frente.

Felipão teve três semanas com seus jogadores na Granja Comary, nome muito apropriado, onde fez treinamentos abertos sem treinar esquemas táticos, posicionamento, jogadas aéreas (que fez falta contra o time baixo do Chile), mas recebendo apresentador da Globo que desceu de helicóptero, e permitiu um OBA-OBA em volta da Seleção, que segundo as palavras do próprio Felipão, seria a campeã do torneio.

Aqui voltamos ao ponto em que a imprensa está “justificando” o péssimo desempenho do time brasileiro: “Os brasileiros estão sentindo a pressão”. Que pressão? A pressão que o próprio Felipão impôs ao garantir que este time seria campeão? A pressão da torcida? Ué? Isso não faz parte do vencer grandes títulos?

Isso soa como uma desculpa, apenas uma desculpa. Júlio César chorou antes das cobranças, o vilão da derrota estava indicado. Nada mais historicamente correto que um bode expiatório fosse criado nas terras mineiras. Os mineiros não criaram Tiradentes? Que virou Mito (no sentido de um heroísmo inexistente) bem posteriormente a sua morte? Mas Júlio César, ontem, não queria ser Tiradentes, apesar do choro. Queria ser Manuel Deodoro da Fonseca, que ao proclamar a república tornou os brasileiros independentes. (Se é que algum dia o fomos). Júlio César, o Marechal, não o imperador, garantiu a permanência do Brasil na Copa, jogando pra lama a teoria de que emoção demais perde jogo. O Júlio, emocionado ao ponto das lágrimas antes do jogo acabar, foi quem manteve o Brasil na Copa, mas deixando a pergunta: Até quando?

Se este time não fechar os treinamentos e conseguir o milagre de em menos de uma semana arranjar um esquema tático, ou mais de um que não seja: “Manda a bola pro Neymar que ele resolve” virá uma derrota para a Colômbia, time sem jogadores de “renome” como os brasileiros, mas muito bem treinado pelo argentino Pekerman, com esquemas táticos que o fizeram suprir uma grande perda em termos de talento individual que é o Falcão Garcia.


Então voltando à pergunta do Post: O que tem o Nadal que a Seleção não tem? Tudo, eu diria. Mas o que irá fazer a diferença, para o sucesso ou fracasso da Seleção, é o estudo do adversário, conhecimento da força e das fraquezas do oponente e treino, treino e treino, e quando achar que está bom, treinar mais ainda.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Volta de Uma Paixão.


Diante de tantos desafios enfrentados nestes últimos anos, achei que minha paixão pelo futebol havia acabado.

Veio esta Copa do Mundo de futebol e o pouco interesse no destino da seleção parecia confirmar o fim desta paixão.

Hoje à noite, porém, o Canal Brasil passou o documentário “Bahia, minha vida” sobre o time tricolor. Revi parte do time campeão do Brasil de 1959. É, campeão do Brasil porque só havia um torneio nacional, a Taça Brasil que reunia os campeões estaduais. O Bahia venceu o Vasco nas semifinais e o poderoso Santos de Pelé na final.
Não revi porque era vivo na época. Ainda não tinha nascido, mas porque conhecia as “figurinhas” do time do Bahia, principalmente o Nadinho, goleiro, que era professor do Colégio Marista e me chamava de “meu beque”.  Certamente porque eu tinha uma regra básica, passava a bola ou o jogador, nunca os dois. Mas como gostava de sair da defesa para o ataque aonde fazia muitos gols, ele escalou-me de centroavante, posição que não mais larguei. Revendo estes ídolos da minha infância foram aparecendo os primeiros apertos na garganta.

Com depoimento do grande Evaristo de Macêdo, revivi as emoções do título de 1988. Mais apertos.

Vêm os depoimentos da torcida, quando um rapaz contou a história de ter tirado o pai desenganado do hospital para ver seu último jogo do Bahia. Pai este que o havia levado para ver seu primeiro jogo.

Por fim, o documentário fala da união da torcida com o time e a sua volta a 1ª divisão, com um depoimento emocionante do jornalista do SporTV Marcelo Barreto.

Enfim, uma sucessão de nós na garganta. Quando na passagem dos letreiros pude perceber algo mais que aquela emoção de lágrimas contidas. Ouvi um som bastante distinto:
Tum-dum. Tum-dum. Tum-dum.

Meu coração batia com uma paixão que achei perdida. Ele continuava a bater:
Ba-dum. Ba-dum. Ba-dum.
Ba-êa. Ba-êa. Ba-êa.

A paixão não estava perdida. Estava esquecida, em algum canto, a espera de um documentário para voltar.

Obrigado Canal Brasil.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Os Números de Um Gigante.


Nadal vem estabelecendo uma estatística fantástica em sua carreira e alguns “Federistas” continuam insistindo em negar-lhe o talento.

Na fixação pelo ídolo suíço vivem repetindo o número 17, de torneios de Grand Slam conquistados pelo incrivelmente talentoso Roger Federer. Como podem ver, não sou estúpido de negar o inegável, o imenso talento do tenista suíço, mas infelizmente os torcedores deste insistem em ignorar o talento de Nadal, tenista capaz de fazer números inacreditáveis, todos ignorados pelo fanatismo iludido de uma considerável fatia de torcedores do Federer. São do tipo que saem à rua de guarda-chuva, encontram o céu sem nuvens, ainda assim abrem o guarda-chuva e ficam dizendo: “Está chovendo”.

Eis alguns números do Nadal que estes torcedores insistem em ignorar:
Entre os Tops10 atuais, no confronto direto Nadal tem vantagem contra todos: 23x19 contra Djokovic (2); 12x1 contra Wawrinka (3); 23x10 contra Federer (4); 15x5 contra Murray (5); 18x3 contra Berdych (6); 22x6 contra Ferrer (7); 8x4 contra Del Potro (8); 5x0 contra Raonic (9) e 7x0 contra Gulbis (10). Se apenas isto não for uma prova de sua superioridade ante os demais, não sei mais o que pode ser considerado.

No entanto, não faltam outros números que demonstram sua superioridade:

É o único tenista da história a vencer pelo menos um torneio de Grand Slam durante dez anos seguidos.  O mesmo para torneios Master 1.000.

Tem o recorde de 27 torneios de Master 1000 e o recorde da média de 2,7 torneios por ano.

Junto com Wilander, são os únicos a terem mais de um Slam nos três tipos de piso: saibro, grama e sintéticas.  O que demonstra a versatilidade de Nadal e desmente os ignorantes  que insistem em chamá-lo de especialista do saibro.

Tem 90 vitórias em 91 jogos de cinco sets em piso de saibro. Ele é de fato, o rei do saibro, mas não um especialista no sentido de não ser excelente em outros pisos. Para mostrar este fato, um número relevante. No confronto com Federer, em outros pisos que não o saibro, Nadal ainda leva a vantagem de 10x8.

Somente a título de comparação, sem intenção de menosprezar os adversários, cujos números também são respeitáveis, eis os percentuais de Nadal em torneios de Grand Slam comparados com os de Federer, “o melhor de todos os tempos”, ENTRE ASPAS e Djokivic, “o melhor da atualidade”, ENTRE ASPAS:

Nadal alcançou as finais em 53% dos torneios de Grand Slam disputados, contra 39% de Federer e 34% de Djokovic. Nadal venceu 37% dos torneios de Grand Slam disputados , contra 27% de Federer e 16% de Djokovic. Nadal venceu 89% dos jogos de todos os torneios de Grand Slam que disputou, contra 86% de Federer e 84% de Djokovic.

Apesar de discordar  do termo “melhor de todos os tempos” porque compara épocas distintas, os números de Nadal me deixam tranquilo de dizer que na minha opinião, OPINIÃO, repito, Nadal não é apenas o melhor tenista de todos os tempos, mas o melhor atleta de todos os tempos.


Não tiro a razão de quem discordar da minha opinião, mas o que não pode ser negado, nem por estes que discordam, é que os números de Nadal, de significância estatística, nas suas médias, mostram que é o tenista de melhor rendimento em termos de vitórias na história do tênis.  FATOS que se demonstram pelos números, quando aos fatores subjetivos tais como, beleza dos golpes, etc..., que sejam julgados subjetivamente. E neste caso, o bom senso de usar o termo OPINIÃO, será sempre de bom tom. 

domingo, 8 de junho de 2014

Uma cama vazia. An empty bed.



Quando morri, um quarto de século atrás, (When I died, a quarter of a century ago,)

Não me aceitaste no paraíso. (You did not accept me in paradise.)

Tampouco me enviaste ao inferno. (Or sent me to the hell.)

Atiraste-me, como um trapo velho, de volta a vida. ( You threw me, like an old rag, back to life.)

Desde então, até agora: (Since then, until now: )

Tiraste-me o propósito. (You took from me the purpose.)

Roubaste-me os sonhos. (Stole my dreams)

Iludiu-me com falsos amores. (Eluded me with false loves.)

E riu de minha ingenuidade. (And you laughed at my naivete.)

Para não dizer que não me deixaste nada, (To not to say that you didn't leave me anything,)

Ainda resta no meu quarto: (Still left in my room: )

Uma cama vazia. (An empty bed.)


sábado, 19 de abril de 2014

O Esporte perde uma referência.

                                               1947-2014

Poucas mortes me foram tão sentidas. A de Luciano do Valle é uma daquelas que abrem o chão e te jogam em um espaço aonde, sem piso, se perde a referência.

Sou um amante dos esportes e como todos os que amam os esportes e chegaram ao meio século de vida sei que se Luciano do Valle não existisse, muitas obras primas desta modalidade de arte teriam permanecido desconhecidas.

Nas manifestações emocionadas de hoje, vistas em todos os canais de televisão, aberta e nos canais esportivos fechados, muito foi falado da capacidade narrativa do locutor Luciano do Valle, mas também do fato dele ter promovido (como promotor de eventos) os esportes olímpicos ao ponto de ser chamado de Luciano do Vôlei, ao transformar um esporte de “brincadeira de colegial” em uma paixão nacional.

Entre as grandes realizações do Luciano do Valle, os domingos do “Show de Esporte” da década de 80, aonde em um canal de TV aberta, a Bandeirantes, ele desbravou a mata da ignorância esportiva e montou um programa semanal com dez horas seguidas de transmissões esportivas.

Incentivou o futebol feminino, resgatou a memória futebolística nacional ao promover a seleção de veteranos. Colocou 120 mil pessoas em um Maracanã em dia de chuva para assistir um jogo, um único jogo de vôlei, enfrentando o boicote da rede globo (jornal e televisão) que simplesmente ignorou a presença da campeã olímpica, URSS, no maior evento esportivo fora do mundo do futebol em um Estádio. Enfim, realizou tantas coisas pelo esporte que ninguém pode ser comparado a ele.


Winston Churchill, ao referir-se a bravura dos combatentes da Royal Air Force, que contiveram os ataques aéreos alemães na Batalha da Inglaterra, disse: “Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos”. Esta frase pode ser modificada para caber em uma descrição da vida de Luciano do Valle: Nunca, no campo dos esportes, tantos deveram tanto a um único homem.

sábado, 5 de abril de 2014

O poder da educação.


A educação molda o conhecimento.
O conhecimento molda o sonho.
O sonho molda o desejo.
O desejo molda o ser.

Logo,
Sou grato a educação que tive.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Os Antolhos da Imprensa Esportiva.


Dizem que a imprensa que cobre a formula-1 não difere muito da brasileira, que os ingleses, espanhóis, alemães e italianos são como os brasileiros, valorizam a prata da casa e os colocam como gênios (em poucos casos, adjetivos merecidos) e os seus oponentes como pilotos limitados.

Em relação a mídia brasileira está triste ver as transmissões de corridas de F-1 seja na Globo ou no SporTv. A narração da corrida se extenua no seguimento do “gênio” Felipe Massa e no carro que lidera. Os outros são citados apenas quando podem assumir a liderança ou estão relacionados ao desempenho do Massa. O resto da corrida é ignorado. Lamentável.

Não sou Pacheco e meu interesse na F-1 atual está na competição entre as Ferraris e entre as Mercedes. Observem que não escrevi entre as Ferraris e as Mercedes porque parece que não há competição. A Mercedes já levou. Os duelos que acho interessantes são: Raikkonen x Alonso e Hamilton x Rosberg, mas sou obrigado a ficar restringido ao duelo Massa X Bottas. O pior? É que isto não é uma piada.

Na corrida passada, passou despercebido pela Globo, a disputa nas primeiras curvas entre as duas Ferraris. Raikkonen levou um chega pra lá de Alonso muito perigoso. Não dá para dizer que foi intencional porque na hora da largada não dá para olhar para frente e para os dois espelhos laterais ao mesmo tempo nem que fossem estrábicos. Muito possivelmente sabendo disso, Raikkonen nada falou pelo rádio, continuou sua corrida até que pouco depois o Magnussen fez sua barbeiragem e tirou as chances do Raikkonen de uma boa corrida. Pouco depois em disputa de corrida Botas e Massa se estranharam e o brasileiro falou logo pelo rádio: “Vocês viram o que ele fez?”. Esta é a diferença entre um campeão como o Raikkonen é, e um garoto mimado como o Massa sempre foi. A preferência da Ferrari em manter Massa no lugar de Kimi quando Alonso chegou à equipe só pode ser explicada por uma possível pressão do banco Santander que não queria um companheiro campeão para o Alonso.


Para que o Brasil volte a ter transmissões que não irritem o tempo inteiro só acontecendo o milagre de aparecerem um novo Senna, Piquet ou Emerson. E para um país sem nenhum investimento em automobilismo, nem mesmo nas categorias de base, cair um raio quatro vezes no mesmo lugar é muito difícil de acontecer.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Pensamento do dia.


Diante do que vi agora no Twitter sobre uma participante do BBB que vem sendo cobrada a expor sua vida mais do que já fez no programa, um pensamento me passou:

Meu corpo e minha alma me pertencem. A minha verdade é minha. Só compartilho o meu corpo, a minha alma e a minha verdade se desejar. 

Porém, a facilidade com a qual a mídia trata o "particular" de celebridades está levando as pessoas a acreditarem que têm direito a privacidade das outras, e não possuem direito algum.

E qual o problema de se manter o mistério? Não é mais interessante olhar bem nos olhos da pessoa e tentar descobri-los por si mesmo?

terça-feira, 1 de abril de 2014

Para não dizer que não falei das flores.

                                                         Vladimir Herzog (1937-1975)

Nos anos de chumbo a palavra foi cassada, censurada, torturada e morta, assim como aqueles que as pronunciavam contra aquela infame ditadura militar.

Este metal pesado, no entanto, foi ludibriado, assim como os membros da censura, energúmenos como os apoiadores do regime militar, por alguns compositores que transformaram suas músicas em hinos que os verdadeiros patriotas cantavam enquanto o nosso hino oficial foi surrupiado pelos idealizadores do “Brasil, ame-o ou deixe-o”.

Neste fétido aniversário de 50 anos, alguns dias atrás uma marcha da família relembrou a anterior, feita por cúmplices de torturas e assassinatos que se seguiram a ela, a marcha funesta, movimento inspirado e nascido na CIA americana, idealizadora do golpe militar. Desta vez nascida do descontentamento com o governo de esquerda do PT, que perdeu a oportunidade histórica de mostrar como se faz a verdadeira democracia e se rendeu as práticas corruptas usuais da política brasileira. E isto por um desejo de “cubanização” do país, esquecendo que não é o lado, direito ou esquerdo, que faz a diferença, mas a prática, certa ou errada, ética ou não.

Acho inadmissível que se pense no retorno da ditadura militar torturadora e assassina, como também a instauração da falsa democracia do modelo cubano, claramente uma ditadura travestida de intenções sociais quando a verdadeira intenção é a perpetuação do poder.

Contra as ditaduras, quaisquer que sejam suas origens é que deixo aqui um hino da época de chumbo, hino eterno contra a supressão das liberdades civis e individuais. Isto porque a música chega até onde as palavras não conseguem.

Para não dizer que não falei das flores.
Geraldo Vandré.

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
...
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
...
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
...
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

quinta-feira, 27 de março de 2014

Mentes escravas.


Hoje tive acesso a uma pesquisa cujo resultado mostra que 65% do povo brasileiro acha que o uso de saias curtas justificam as agressões sexuais.

Este dado esclarece não apenas a tolerância de brasileiros e brasileiras (a questão do gênero aqui é importante, o que justifica a inclusão) à agressão sexual, mas como também as péssimas escolhas políticas, através dos votos; das escolhas culturais por livros, músicas e filmes que nada acrescentam, muito pelo contrário, apenas diminui a raça humana como geradora de arte de qualidade; e também a comum falta de critério na escolha de seus ídolos.

O que esta pesquisa deixa extremamente claro é que dúzias de milhões de brasileiros estão com as mentes escravas da ignorância, portanto, inacessíveis as questões simples como direitos fundamentais, direitos individuais e direitos humanos. Aprendem os deveres por imposição e quanto aos direitos, desconhecem aos seus e ignoram os dos outros.


De resto, uma triste conclusão: Triste é o país cujo destino está condicionado à opinião de mentes escravas da ignorância.

Um gesto, uma oportunidade.


Um dos ensinamentos mais valiosos que tive de meu pai foi: “Não importa quem te estenda a mão, ao deixar de apertá-la você se torna menor do que quem estendeu”.

Infelizmente, os eventos da vida me tiraram a oportunidade de aproveitar por mais tempo a sabedoria de homem simples que meu pai possuía.

Por sermos uma nação religiosa, aonde a religião se mistura com o Estado ao ponto de nosso calendário ter vários feriados religiosos, fala-se muito de amor ao próximo, do perdão de Cristo, da aceitação do arrependimento alheio, mas quando isto se oferece a você em um gesto de apertar a mão, todos estes conceitos religiosos vão por água abaixo? E por motivo único da arrogância ser maior que sua inteligência?

O estender a mão de um rival nada mais é que uma oportunidade.

Ao citar o ensinamento (acima) de meu pai já fui questionado: - Se um racista ou nazista te estendesse a mão, você não recusaria?

Minha resposta: - Não recusaria, aproveitaria a oportunidade e tentaria mostrar ao racista ou ao nazista os horrores que o nazismo e racismo fizeram e podem continuar fazendo se encontrarem o apoio de mentes pouco iluminadas. Muito possivelmente não o convenceria, mas aproveitaria o momento para tentar tornar esta pessoa melhor e consequente o pequeno mundo ao redor dela.


A vida é feita de oportunidades para se tentar melhorar o que se tem a sua volta, cabe à mente lúcida observar, identificar o momento e agir. Mas para isso pode ser preciso:



domingo, 16 de março de 2014

Paulo Goulart, Uma Inspiração.

                                  Paulo Goulart (1933-2014)

Muitos atores entram no nosso radar por interpretações, uns de forma positiva, por grandes atuações, outros de forma negativa, pela falta de talento.

Paulo Goulart entrou positivamente no meu radar pela interpretação de Claude na novela Uma Rosa com Amor. Mas o que me chamou mais atenção nele foram as declarações que deu a imprensa nos 40 anos que se seguiram.

Pouco conheço de sua vida pessoal, sabia de seu espiritualismo, que era casado com a atriz Nicete Bruno e pai de Beth Goulart.

Posso dizer que tenho admiração pelo talento de muitos atores e atrizes, como tenho por Paulo Goulart. Porém muito pouca gente, e não apenas atores, foram capazes de com suas palavras, inspirar-me, e Paulo Goulart foi um deles.

A morte de Paulo Goulart só não é mais triste porque as palavras ficam e estão por aí, para servirem de exemplo de humildade, perseverança, gentileza, espiritualidade e principalmente amor. Enfim, estão aí para inspirar.

terça-feira, 11 de março de 2014

Ídolos e Antolhos.


Não tenho a menor necessidade de fantasiar perfeição para poder admirar alguém.

A maioria de meus ídolos, se não a totalidade, tinham defeitos, alguns graves, outros nem tanto. Mas isto não tornava menor a minha admiração por estes ídolos. E assim, sempre soube que Errol Flynn era um alcoólatra, mas isso não me impediu de admirar seu estilo de vida, nada saudável, mas intenso.

Duas mulheres marcaram minha adolescência travando diálogos com meus hormônios apenas ao passar de um filme: Audrey Hepburn e Grace Kelly.  

Grace Kelly, a mulher perfeita, princesa de Mônaco, viveu um verdadeiro conto de fadas. Ao menos foi isto que pensei ao colocá-la no pedestal da idolatria. Até que anos depois comecei a ler outras histórias. Nas primeiras leituras coloquei as aventuras amorosas da Grace Kelly com seus parceiros de cena, casados, como uma possibilidade. Depois de tantas outras leituras passou a ser quase uma certeza. Algumas histórias de infidelidades da Grace que envolviam outro ídolo, Cary Grant, eram até divertidas, apesar da incerteza da veracidade desta, já que não a li com a mesma frequência de outras indiscrições reveladas posteriormente.  

Este lado “sapeca” infiel da Grace Kelly não a retirou do meu pedestal de adoração. E nada o fará a não ser uma grande falha de caráter, o que acho improvável.

Enxergar defeitos nos meus ídolos e continuar admirando-os é um reflexo da minha tolerância com meus defeitos e defeitos alheios nos quais não estejam incrustadas a perversidade e a discriminação.


Já fui enganado por prestidigitadores(as) da vida, e desta forma não enxerguei defeitos, mas em caso algum, ao menos no meu conhecimento, me permiti o uso de antolhos. 

"Muito pior que não enxergar é não querer ver".

sábado, 8 de março de 2014

A Bela da Praia.


Hoje te vi na praia.
Algo chamou a minha atenção.
Não foram seus cabelos,
Loiros, longos, soltos,
Dançando levados pela brisa.
Não foi seu corpo curvilíneo,
Ou o vestido rosa que molhado,
Nele grudava.
Não foi o seu sorriso, nem o seu olhar,
Que apenas enxergava o meu olhar,
Nada mais.
O que me chamou a atenção
Foi o seu andar,
Que de tão leve
Não deixava marcas.
Estaria um anjo te carregando?