terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dementieva, I Miss You So Much.

Dementieva,

I Miss You.

I miss seeing you playing.

I miss of enchant myself watching the most beautiful eyes I've ever seen.

I miss seeing your perfect body, 

or simply admire the perfection created by nature.

I miss having a reason to learn the Russian language.

I miss your elegance in victories.

I miss your class in defeats.

I miss shed a tear because of a sports victory.

I miss seeing the most beautiful relationship of tennis.

Most importantly, I miss my goddess.

So, please, come back.


sábado, 25 de agosto de 2012

Galeria de Ídolos - Félix



Nesta foto acima, o ataque mais talentoso que já existiu ou existirá em qualquer esporte, em qualquer tempo, em qualquer dimensão. Os quatro agachados, de Gérson a Rivelino, passando por Tostão e Pelé, reúnem mais talento que qualquer combinação de onze outros jogadores desde que deixem Garrincha de fora. Quatro contra onze e ainda seria covardia. Se Garrincha, em forma, estivesse no lugar de Jairzinho, este seria não o time dos sonhos, mas o time do paraíso em vida.

No futebol, meu coração de torcedor sempre esteve dividido entre o Ypiranga de meu pai e meu tio e o Bahia, afinal precisava torcer por algum time depois que o Ypiranga ficou no limbo do esporte por culpa de dirigentes ineficientes. Não sou aquele torcedor que também torce por times de outro Estado ou de outros países, mas nutro simpatias por times que jogavam o belo futebol, como o São Paulo do Telê. Porém dois times tiveram minha simpatia por um longo tempo. O Fluminense de Gérson e Rivelino, para mim os dois maiores camisas 10, de meia-esquerda, que já existiram. Maradona nem chegava perto e não entendo porque sempre compararam o Maradona ao Pelé. Pelé era um atacante que vestia a 10. O melhor atacante depois do Garrincha, mas não tinha o talento de armador que Gérson e Rivelino esbanjavam.

Outro time que conta com a minha simpatia era a Portuguesa, não era nem é considerado um time grande, mas sempre importunava os “gigantes” paulistas.

Hoje me lembrei destes dois times com um sentimento de perda. Isto por causa de um jogador que defendeu honrosamente estes dois times. Uma imagem me veio à memória várias vezes hoje. A imagem do lance que acontece aos vinte segundos deste vídeo. Lembro-me de minha preocupação com o Félix ao ser tão brutalmente atingido pelo inglês covarde, achei que Félix tinha desmaiado e até hoje ainda acho. Lembro também da felicidade que fiquei com o troco de Carlos Alberto no inglês.

Félix era um goleiro corajoso, bem-humorado e muito, muito injustiçado. O reconhecimento nunca esteve à altura de seu talento, ou de sua coragem. Jamais recebeu o reconhecimento que merecia, pelo menos em vida. Lembro que, quando criança, todas as vezes que via alguém calçar luvas para jogar de goleiro eu achava um covarde, afinal o Félix não usava.  Também me lembro da surpresa de vê-lo com luvas na final contra a Itália quando jogou toda a copa sem elas. Se houve algum motivo para isso, esqueci nestes quarenta anos, porém jamais vou esquecer a coragem e o talento daquele goleiro que apenas Rogério Ceni conseguiu igualar em admiração.

Neste momento deve estar junto a Didi, Telê e Nelson Rodrigues tentando convencer ao Garrincha a usar a camisa do Fluminense num baba (pelada)celestial. Depois de ter acertado com Castilho que cada um jogará um tempo.

Um grande abraço no imortal Félix, afinal, heróis não morrem.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Vossas Excelências.




Ainda sob o impacto da grande decepção sofrida ontem, dia 23 de agosto, data a permanecer na história do judiciário como talvez o seu dia mais negro. Com a música dos Titãs que insiste em não sair da minha cabeça. A letra é um convite à reflexão.
Vossa Excelência – Titãs.
Estão nas mangas
Dos Senhores Ministros
Nas capas
Dos Senhores Magistrados
Nas golas
Dos Senhores Deputados
Nos fundilhos
Dos Senhores Vereadores
Nas perucas
Dos Senhores Senadores...
Senhores! Senhores! Senhores!
Minha Senhora!
Senhores! Senhores!
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão! Senhores!
Filha da Puta! Bandido!
Senhores! Corrupto! Ladrão!...
Sorrindo para a câmera
Sem saber que estamos vendo
Chorando que dá pena
Quando sabem que estão em cena
Sorrindo para as câmeras
Sem saber que são filmados
Um dia o sol ainda vai nascer
Quadrado!...
Estão nas mangas
Dos Senhores Ministros
Nas capas
Dos Senhores Magistrados
Nas golas
Dos Senhores Deputados
Nos fundilhos
Dos Senhores Vereadores
Nas perucas
Dos Senhores Senadores...
Senhores! Senhores! Senhores!
Minha Senhora!
Bandido! Corrupto
Senhores! Senhores!
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão! Senhores!
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão!...
-"Isso não prova nada
Sob pressão da opinião pública
É que não haveremos
De tomar nenhuma decisão
Vamos esperar que tudo caia
No esquecimento
Aí então!
Faça-se a justiça!"
Sorrindo para a câmera
Sem saber que estamos vendo
Chorando que dá pena
Quando sabem que estão em cena
Sorrindo para as câmeras
Sem saber que são filmados
Um dia o sol ainda vai nascer
Quadrado!...
-"Estamos preparando
Vossas acomodações
Excelência!"
Filha da Puta!
Bandido! Senhores!
Corrupto! Ladrão!
Filha da Puta!
Bandido! Corrupto! Ladrão!
Filha da Puta!
Bandido! Corrupto! Ladrão!
Filha da Puta!
Bandido! Corrupto! Ladrão!...

sábado, 18 de agosto de 2012

SER OU NÃO SER.




Ontem, no trabalho, um colega falava do Twitter. O que ele disse: “É muito esquisito, a Renatinha do BBB tem 40 mil seguidores, devem ser os mesmos adolescentes que seguem a Paris Hilton, afinal ela é como uma Paris Hilton brasileira”.

Olhei para ele e sorrindo respondi: “Nunca ouvi tanta besteira em uma só frase como a que você acaba de dizer”. E falei sobre os absurdos ditos por ele numa única frase. Não como escreverei aqui, afinal, com as letras a nossa disposição argumentamos melhor, acho.

Primeiro, a Renatinha não é mais do BBB, aliás, muitos dos que me seguem no Twitter sabem que eu admirava a beleza dela no BBB, mas o ser humano Renata D’Avila me conquistou fora dele, ao saber diferenciar muito bem o que era vida dentro e fora do BBB.  Então de certa forma me irrita quando a chamam de BBB ou ex-BBB, não que isto seja um rótulo indigno, mas em nada explica o complexo ser humano que é esta menina.

Sigo a Renata no Twitter, em retribuição, pois ela é a única “celebridade” que me segue e por consequência também sigo, mas hoje, pelo ser humano que ela é, eu a seguiria mesmo que ela me desse unfollow. Eu não seguiria a Paris Hilton mesmo que fosse pago. Como escrevi no post abaixo, interessante é uma característica que prende a minha atenção e o que há de interessante na vida de uma herdeira que se dedica a vender a marca “Paris Hilton”?

No entanto, há muito de interessante na Renata D’Avila. Ela usa o Twitter para se comunicar com os(as) “fãs” e se expressa sempre com gentileza. Nas viagens sempre arranja um tempo para se encontrar com eles(elas) tratando a todos com delicadeza e atenção peculiar.

Usou a “celebridade” conquistada no BBB para trabalhar como modelo e tentar alguma coisa na televisão. Soube que teve um tempo de programa no Multishow, ainda não vi. Sinceramente acho que o canal Multishow deveria contratá-la. Na televisão sabe-se que não basta ter carisma, senão o Alemão teria feito um grande sucesso, mas a Renata D’Avila tem algo a mais, ela tem uma luminosidade que não se expressa apenas na própria luz como também ilumina quem está próximo a ela. No BBB foi assim, na presença dela os seus companheiros de cela ganhavam uma vida que não tinham na sua ausência.

Outra coisa que diferencia em muito a Renata da Paris Hilton está na expressão. A expressão “divertida” da Paris Hilton se resume a uma “diversão” vazia, enquanto a expressão divertida de Renata expressa uma promessa de possibilidades. É como se a Paris Hilton falasse “Eu quero me divertir” enquanto a Renata expressa: “Eu quero nos divertir”. Há uma grande diferença.

A Renata D’Avila é extraordinariamente linda, tem um corpo perfeito e os olhos belíssimos extremamente expressivos. É um cartão de visita, mas não deve ser tomado além disso. E parece que ela tem consciência disso. Tem uma qualidade além da aparência, ela lê. E como a leitura é importante, ela forma o conteúdo, ela forma o ser e o não ser. Pelo Twitter soube que ela está lendo o livro “Fragmentos” sobre Marilyn Monroe, perfeito para o momento dela, que não fique nos fragmentos mas aprofunde nas biografias deste exemplo de mulher, que foi julgada pela forma, jamais pelo conteúdo. Pela forma foi abusada sexualmente, admirada por milhões, virou ícone e foi desprezada depois de usada pelos dois poderosos irmãos Kennedy. Morreu misteriosamente num oficialmente suicídio, mas que pode ter sido outra coisa. Não importa, em qualquer caso, no caso da Marilyn, o não ser venceu.

No caso da Renata, ela É bela como a Marilyn, ela TEM o corpo perfeito como a Marilyn. Mas é importante saber que isto é temporário, faz parte do não ser, pois de fato, todos somos o que lemos, o que aprendemos, o que fazemos, o que nos importamos, o que amamos, o que vivemos. E pelo que vejo, espero que não tenha me enganado, a Renata D’Avila está no caminho do ser quem ela deseja, e acredito que ela deseja Ser muito mais do que Não Ser.

Quanto à frase do meu colega que inspirou a resposta e este post, talvez a melhor resposta a ele fosse: Quem é a Paris Hilton? Pelo que sei, ela não é.

Nelson Piquet – Uma vida, um mito.




Com um dia de atraso, dou meu parabéns ao meu maior ídolo esportivo, Nelson Piquet. Ontem “O Cara” fez 60 anos. Para se ter uma ideia do tamanho de minha admiração por este ser humano único, apenas 3 pessoas no mundo inteiro me despertam o desejo de escrever uma biografia sobre eles. Em primeiro lugar está a minha Deusa Dementieva, claro. Em seguida o ator Cary Grant e o piloto amante de carros Nelson Piquet. Como para escrever uma biografia decente precisa de muito tempo de pesquisa, este é um desejo que será realizado apenas após a minha aposentadoria.

Piquet foi o último de uma rara linhagem de pilotos, que teve seu representante máximo em Jack Brabham, a linhagem dos pilotos que amavam e entendiam os carros em cada célula do corpo desta máquina, na minha opinião, a maior invenção humana. Não funciona apenas como meio de transporte, mas principalmente por suas formas, muito atraentes, alguns repulsivos. Os carros, como os Aston Martins e Lamborghinis podem ser de uma beleza sem igual, ou de uma feiura como o Porsche Panamera, mas mesmo estes feios vem com um coração cujo som é comparável as músicas de Bach, Beethoven e Mozart para os meus ouvidos. Existe som mais bonito que o de um motor V8 ou V12?

Voltando ao Piquet, como não admirar um homem que fez o seu caminho no automobilismo? Vivendo e dormindo com seus carros de corrida, fazendo sacrifícios para realizar o sonho de correr, sendo que para o próprio Piquet nada do que ele fez se assemelhasse a um sacrifício tanto era o seu amor pelas corridas e pelos carros, amor mantido até os dias de hoje com sua coleção de automóveis.

Há tanto o que falar sobre o Piquet, que apenas uma biografia seria capaz de dar conta, então resumirei a duas declarações sobre ele que li ontem. A primeira de Flávio Gomes, outro amante de automóveis, que em uma frase, com a qual concordo 110% em todos os aspectos, resumiu o que sinto por Piquet como piloto: “Piquet pode não ter sido o melhor, nem o mais importante piloto brasileiro. Mas foi, certamente, o mais interessante. E na minha escala de valores, muito particular, interessante vem na frente de importante e de melhor. E nessa mesma escala de valores, bastante particular, Emerson foi o mais importante e Senna, o melhor”.

A outra declaração foi dada por Gerard Berger ao jornalista Livio Oricchio: “Nelson tem sete filhos de três casamentos e pelo que me parece dois nasceram num curto espaço de tempo de duas mães distintas. Acusem o Nelson do que quiser quanto a ser namorador. Mas é o cara mais responsável com os filhos que já conheci. Nelson me lembra as galinhas, que gostam de ter todos os pintinhos debaixo das suas asas”.

Por conta desta frase coloquei a foto que acompanha o texto, publicada ontem pelo filho Nelson Piquet Jr.

Pelo piloto, pelo ser humano, pelo pai é que desejo a Nelson Piquet pelo menos uns outros 30 anos de vida bem vivida.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Patricinhas?




O Thiago Pereira, medalha de prata, fez três declarações fortes, todas honestas, esclarecedoras e mais do que tudo, oportunas. Já tinha passado do tempo de alguém ter a coragem de apontar razões para o fracasso olímpico, neste caso, especificamente da natação feminina.

A primeira das declarações, comparando atletas femininas da natação americanas com as brasileiras: “Falta mais comprometimento, acreditar um pouco mais e abrir mão de muita coisa. É até engraçado. Nos Estados Unidos, as meninas ficam como a gente, não raspam nada e só raspam para melhorar na hora da prova. Elas colocam a competição acima da vaidade. Aqui, elas nadam, nadam...”.

Esta crítica fere, pelo que está dito e pelo que não está. A não raspagem em treinamento funciona, guardadas as devidas proporções, como a mochila de pedra nas costas que o maior atleta olímpico de todos os tempos, Paavo Nurmi, usava na preparação para suas provas. Mas a declaração sobre a vaidade leva-nos a pensar se a preparação física das “meninas” estaria sendo adequada, ou haveria medo de se sentirem masculinizadas por conta de uma musculatura “excessiva”. É um ponto a esclarecer.

A segunda das declarações, seguindo a comparação com o EUA (ou USA dos americanófilos): “Os americanos treinam para ganhar as Olimpíadas, a gente pensa em ir. A distância é grande”. 

Não sei se os Comitês Olímpicos Nacionais tem autonomia para exigir tempos e índices melhores que os determinados pelas federações internacionais, se tiver, que o faça. Isto obrigaria aos atletas brasileiros a treinarem para estarem nas finais e a vencerem, não em apenas ir para a grande festa da vila olímpica.

A terceira declaração aponta um assunto que há muito tempo no Twitter venho insistindo como a razão principal para o fracasso do Brasil como nação esportiva. Thiago disse o seguinte: “Nos Estados Unidos, melhor natação do mundo, os atletas têm a oportunidade de cursar uma universidade, onde não teriam condições financeiras, mas pelo esporte ganham uma bolsa e dali sai uma medalha. No Brasil, muita gente para de treinar por falta de oportunidade. Tem de conciliar com estudo”.

Há muito venho dizendo no Twitter que o esporte brasileiro jamais será alguma coisa até que tenhamos competições universitárias como nos EUA. E que a interação Educação-Esporte tem que ser implantada no Brasil, na forma de bolsas de estudo para atletas. Já que há descontos de impostos para as instituições de ensino superior privadas, que estes descontos só sejam concedidos com a implementação de bolsas-esporte por estas Universidades, o que seria controlado por um comitê educativo composto de atletas e ex-atletas para confirmar a adequação destas universidades. Os proprietários das Universidades privadas, muitas delas, pensam apenas no desconto dos impostos, transformam estas faculdades em fábricas de diplomas e não dão retorno algum a “sociedade” que os poupam destes impostos. Está na hora de reverter isto.

Para concluir, na minha opinião, obviamente sem o peso da opinião do Thiago Rodrigues, para o fracasso olímpico são motivos bem mais importante que a vaidade das meninas: A ausência de mentalidade vencedora em muitos de nossos atletas, com raríssimas exceções tais quais Sarah, Cielo e Zaneti e outros não medalhados que vão para vencer mas não conseguem;  a corrupção de nossos dirigentes esportivos e o mais importante, a passividade do povo brasileiro em não cobrar dos nossos governantes e do judiciário a punição aos corruptos e uma melhor gestão administrativa de nossos governos nas áreas educativas, da saúde, da segurança pública e por fim, na área esportiva.  

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Injustiça histórica.


Quando se fala nas Olimpíadas do México, mais do que as vitórias dos atletas, a história mais contada é sobre um gesto. Este gesto:



Segundo dois dos seus autores, Tommy Smith e John Carlos, medalhas de ouro e de bronze nos 200 metros, ao contrário do que se pensa, o gesto não foi apenas o de afirmação do poder da raça negra, o Black Power, representado nos braços levantados com os punhos cerrados vestidos com luvas pretas, mas também um gesto contra as injustiças sociais, sobre a pobreza representada nos pés descalços, mas principalmente na luta pelos direitos humanos representados no adesivo que colaram nos seus uniformes, este distintivo abaixo:




Antes do pódio, Tommy Smith e John Carlos conversaram com o medalha de prata, o australiano Peter Norman sobre a atitude que iriam tomar no pódio. Norman não apenas sugeriu aos dois atletas americanos que eles dividissem as luvas que pertenciam a John Carlos como também pediu um adesivo para usar ele mesmo. E usou como bem mostra a foto a seguir:


O gesto de braços opostos levantados, cada um com uma luva, foi idealizado pelo Norman. O uso do adesivo provocou o banimento de Norman por dois anos das pistas. A mídia Australiana, propositadamente o levou ao ostracismo no seu próprio país, que deveria ter orgulho pelo atleta vencedor da medalha de prata olímpica e do ser humano extraordinário que se juntou a luta pelos direitos humanos.

O tempo foi pródigo em homenagear os dois panteras negras, que se tornaram heróis e receberam diversas homenagens. O mesmo tempo, no entanto, relegou a Peter Norman o esquecimento.

Entre muitas homenagens recebidas pelos heróis americanos está uma escultura do pódio. Nesta escultura porém, fica patente a injustiça feita a Peter Norman. Eis a foto:


Por uma questão de justiça histórica, é imperativo, que não apenas a estátua seja revista, mas também a própria história. De um australiano branco, cujo papel numa imagem icônica não deve ser apagado, mas lembrado, com toda a honra que o atleta, homem, Peter Norman merece.



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O maior de todos os tempos – Paavo Nurmi.




Torço contra o Phelps. E daí? É proibido torcer contra? Isso não me impede de reconhecer o seu grande valor como atleta olímpico. Por outro lado, amo o esporte, e como já disse neste post ao falar sobre os diferentes pontos de vista, o amor sendo uma força motriz da procura, me fez estudar o esporte, “microscopicamente”. Por conta disso, o meu “ponto de vista” não se altera com o oba-oba daqueles que enxergam apenas os números. Meu ponto de vista progride com o tempo, mas não deixa a visão do presente atrapalhar, na euforia, o conhecimento do passado.

Por isso, através do meu ponto de vista, não enxergo o Michael Phelps o melhor atleta de todos os tempos, como vem sendo afirmado por muitos. E explico, ou melhor, demonstro a razão.

Paavo Nurmi, pelos números frios, sem significado completo, comparado ao Phelps, tem “apenas” 9 medalhas de ouro e três de prata. Foi impedido de ganhar mais pois foi ridicularmente considerado “profissional”, como se tal coisa existisse nos anos 20 e 30, e teve sua inscrição nos jogos de 1932 em Los Angeles rejeitada principalmente pela ação de um cartola canalha da Suécia, Edstrom, vice-presidente do COI, que enciumado das vitórias finlandesas acusou o Nurmi de receber “muita ajuda financeira” para custear as passagens da viagem para os Estados Unidos. O julgamento que impediu a inscrição de Nurmi nas Olimpíadas de Los Angeles é uma das maiores vergonhas do esporte, senão a maior.

Mas vamos ao que tornou Paavo Nurmi no maior atleta da história Olímpica. Os jogos de Paris em 1924. Onde venceu 5 medalhas de ouro. Semanas antes dos jogos, Nurmi caiu numa prova e machucou o joelho. Chegou a Paris contundido, sob um calor intenso. Os cartolas tentam prejudica-lo marcando as finais dos 1.500 metros e dos 5,000 metros no espaço de uma hora entre elas. Elas aconteceram num espaço menor que duas horas e o Nurmi venceu as duas.

Dois dias depois, com a temperatura de Paris em 45oC, enquanto metade dos competidores desistem, muitos indo parar no hospital, Nurmi vence a prova de cross-country. Horas depois vence a prova por equipes. Ainda venceria os 3.000 metros por equipes, mas logo depois sofria mais uma decepção por conta dos cartolas olímpicos. Dizendo temer pela saúde do finlandês, impediram-no de defender o título de campeão olímpico dos 10.000 metros conquistado em 1924. Revoltado o finlandês, assim que retorna ao seu pais estabelece um recorde para os 10.000 metros que durou 13 anos.

Pelas suas cinco medalhas, nas condições de calor insuportável, os jornais franceses disseram que ele superou os limites da humanidade, limites que jamais foram igualados. 

Por isso, pelo meu ponto de vista, Paavo Nurmi não é apenas o maior atleta olímpico de todos os tempos, mas o maior atleta, em qualquer esporte, que a humanidade já presenciou.