sexta-feira, 4 de abril de 2014

Os Antolhos da Imprensa Esportiva.


Dizem que a imprensa que cobre a formula-1 não difere muito da brasileira, que os ingleses, espanhóis, alemães e italianos são como os brasileiros, valorizam a prata da casa e os colocam como gênios (em poucos casos, adjetivos merecidos) e os seus oponentes como pilotos limitados.

Em relação a mídia brasileira está triste ver as transmissões de corridas de F-1 seja na Globo ou no SporTv. A narração da corrida se extenua no seguimento do “gênio” Felipe Massa e no carro que lidera. Os outros são citados apenas quando podem assumir a liderança ou estão relacionados ao desempenho do Massa. O resto da corrida é ignorado. Lamentável.

Não sou Pacheco e meu interesse na F-1 atual está na competição entre as Ferraris e entre as Mercedes. Observem que não escrevi entre as Ferraris e as Mercedes porque parece que não há competição. A Mercedes já levou. Os duelos que acho interessantes são: Raikkonen x Alonso e Hamilton x Rosberg, mas sou obrigado a ficar restringido ao duelo Massa X Bottas. O pior? É que isto não é uma piada.

Na corrida passada, passou despercebido pela Globo, a disputa nas primeiras curvas entre as duas Ferraris. Raikkonen levou um chega pra lá de Alonso muito perigoso. Não dá para dizer que foi intencional porque na hora da largada não dá para olhar para frente e para os dois espelhos laterais ao mesmo tempo nem que fossem estrábicos. Muito possivelmente sabendo disso, Raikkonen nada falou pelo rádio, continuou sua corrida até que pouco depois o Magnussen fez sua barbeiragem e tirou as chances do Raikkonen de uma boa corrida. Pouco depois em disputa de corrida Botas e Massa se estranharam e o brasileiro falou logo pelo rádio: “Vocês viram o que ele fez?”. Esta é a diferença entre um campeão como o Raikkonen é, e um garoto mimado como o Massa sempre foi. A preferência da Ferrari em manter Massa no lugar de Kimi quando Alonso chegou à equipe só pode ser explicada por uma possível pressão do banco Santander que não queria um companheiro campeão para o Alonso.


Para que o Brasil volte a ter transmissões que não irritem o tempo inteiro só acontecendo o milagre de aparecerem um novo Senna, Piquet ou Emerson. E para um país sem nenhum investimento em automobilismo, nem mesmo nas categorias de base, cair um raio quatro vezes no mesmo lugar é muito difícil de acontecer.

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