quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Resposta de um baiano.

Para começo de conversa, quem me lê no Twitter sabe que sou anti-PT e crítico feroz da corrupção atual e também da anterior ao PT. Tinha até elogiado o site O Antagonista, mesmo reconhecendo não concordar com algumas de suas conclusões. Elogiava porque o site abordava na mídia da Internet o que as mídias escritas e televisada se recusam a abordar com a atenção e crítica necessária.

No entanto, ao ler dois posts absurdamente incorretos do site O Antagonista não posso deixar de responder e esclarecer algo que parece desapercebido pelos “pretensos” intelectuais do site.

Primeiro Post:



Uma associação infeliz e imprecisa da corrupção brasileira com o estado da Bahia.

Se Jacques Wagner e José Sérgio Gabrielli infelizmente são baianos, Dilma é mineira-gaúcha, Lula é pernambucano-paulista, FHC é carioca-paulista, Collor é carioca-alagoano e Sarney é maranhense.

Sobre a naturalidade dos citados na Lava-Jato:
A senadora Gleisi Hoffman é paranaense como Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, André Vargas e o marido da senadora, Paulo Bernardo, é paulista assim como são paulistas: Humberto Costa, Aloysio Nunes, Mercadante, José Mentor, Aline Correa (nat.PE), João Vaccari Neto, Antônio Palocci, José Dirceu (nat. MG).

Lindbergh Farias é de naturalidade paraibana mas elegeu-se Senador pelo Rio De Janeiro, cidade que ele defende e que o adotou, logo é carioca assim como Pedro Barusco (se não natural, também adotou o Rio), Pedro Correa e Sérgio Cabral Filho.

Sobre as empresas, tem mais empresas paulistas citadas na Lava-Jato do que baianas. E se OAS e Odebrecht são as principais, isso acontece pelo fato de serem as maiores empresas da construção civil, e já eram as maiores antes do governo PT.

Então porque o site O Antagonista não fez um Post “O que é que o paulista tem? ” Ou o carioca? Ou o paranaense? Porque os antagonistas Diogo Mainardi e Mário Sabino são paulistas?

O fato da mídia chamar Fernando Soares de Fernando Baiano sendo ele um alagoano já mostra o racismo presente na grande mídia, racismo compartilhado pelo site O Antagonista nestes dois infames posts.

O segundo post:

Uma tentativa beócia de justificar-se dizendo-se não racistas. Uma decepção que os autos ditos cultos desconheçam o fato do poeta Gregório de Matos, o Boca do Inferno, ser escravagista e frequentemente em seus poemas ofendia não apenas aos poderosos (pelo que é famoso) mas principalmente ao povo baiano, ao qual atacava com todas as formas de preconceito.

Se é para usar baianos na argumentação, eu prefiro ficar com o ilustre Rui Barbosa cuja sabedoria seria bem aplicada aos dias de hoje.

Sobre a situação política atual, mesmo sem tê-la vivido, Rui Barbosa poderia ser citado: “A injustiça, por ínfima que seja a criatura vitimada, revolta-me, transmuda-me, incendeia-me, roubando-me a tranquilidade e a estima pela vida”.

E para terminar, uma suposição:


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A crise migratória e a perda da humanidade.


Uma imagem.

Não uma simples imagem, mas uma imagem que representa a perda da humanidade dos habitantes deste planeta.

Enquanto o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, afirmava que o problema da crise imigratória era causado pela Alemanha, destino final de centenas de estrangeiros que tentam ingressar no continente, dizendo: "O problema não é europeu, é alemão", o anjinho sírio de 3 anos, Aylan Kurdi, era encontrado morto em uma praia da Turquia. 

Enquanto alguns líderes europeus, entre eles o energúmeno Viktor Orban, se preocupavam com a miscigenação da Europa pelos imigrantes, o anjinho Aylan calçava seus sapatos com esperança no futuro, sapatos que o acompanharam na morte.

Enquanto os líderes europeus discutiam o problema sem querer resolvê-los e apenas apontar culpas, o anjinho Aylan observava em espírito seu rosto enterrado na areia.

Esta imagem me afetou. Levou-me as lágrimas por horas, e não foi por associar o nome Aylan ao de Ayla, a filha que Deus não me permitiu ter e descrevi neste link.

Chorei porque senti como minha a perda da vida enquanto esperança.

Chorei porque me coloquei no lugar do pai de Aylan, que quis melhorar a vida de seus filhos e vai, pelo resto de sua vida, ter a imagem de seu filho morto impregnado na sua memória diária.

Chorei porque vi o futuro na imagem do anjo morto na praia, cara enterrada na areia e um par de sapatos absolutamente desnecessários porque ele agora não mais anda, mas flutua entre os anjos.

Chorei porque um anjinho me expôs e ao mundo, a perda da humanidade.

E a Alemanha, país de triste história há menos de um século, é o único país que tenta manter a sua humanidade.

Parabéns Angela Merkel, você é certamente a mais digna, talvez a única dígna entre os representantes da classe política. Você dá de 7x0 em TODOS os outros mandatários. E dá de zero, porque seus “iguais”, em tudo diferentes da senhora, não conseguem marcar um único gol em benefício da humanidade.

A senhora, Angela Merkel, merece o apelido conferido pelos sírios de “Mamma Merkel”, porque no momento, a senhora é não apenas a mãe símbolo, mas como o resto de esperança da sobrevivência do conceito humanístico para os que habitam a Terra, mas infelizmente não para mim, porque perdi completamente a esperança na humanidade.