quarta-feira, 18 de abril de 2012

Poesia: Quem Sou


QUEM SOU.




Quando olhares nos meus olhos
Procures no ponto negro
Meu lado mais franco

A verdade dissolvida em poços,
guardada em velado segredo
sem machucar o imaculado branco

De meus olhos inocentes,
puros, famintos, inconscientes
da sua própria transparência

Giram e giram perdidos,
machucados, torturados, feridos,
repletos de carência

Vedes mais do que isso?
O que há mais para ver?
A ausência de compromisso
com tudo que seja viver?

Ainda não tenho as respostas,
dadas em berros, na esperança de escuta.
Estou completamente surdo, assim

Encontro-me retalhado em postas,
mas cercado de augusta
Glória, encontram em mim,

Um ombro amigo onde lágrimas são transformadas
Em sorrisos, como por mágica de fadas,
pudesse ser alguém além de mim mesmo.

Com o corpo cheio de cicatrizes,
Coloco-o a frente de humanas perdizes
Alvos de tiros a esmo.

Que faço aqui no mundo?
Que não seja a constante espera
de limpar o que está imundo?

Tornar quadrado, a esfera,
formar perfeitas elipses
presenciar eclipses
de minha amada lua

 Ao fim de tudo, ainda clama.
Por você, a velha chama.
O suave desejo de ver-te nua
E descobrir-te enfim.

Quem sois vós?
Ó pele de marfim.
Brilhante como mil sóis.

Minha vida, vítima de quimeras.
Por ti, volta a primórdias eras,
Quando no príncipio, havia o amor.
Uma maçã a ser compartilhada.
Estava longe, esta constante dor.
Da espera da mulher amada

Escrita em janeiro de 1992.



3 comentários:

  1. Boa noite muito lindo parabéns estou amando seu blog gosto muito de Poesia.Deus abençõe abraços.

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  2. Olá, tudo que você escreve sempre tem muito sentimento. A poesia é muito linda.Escreva muitas! Bjo

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  3. Quem és?
    Sem dúvida um ser humano especial, sensível, poético.
    Estou adorando o seu blog. Continue escrevendo esses textos e poesias tão lindas.
    Elena. Não a Dementieva, rsrs.

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