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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A Hipocrisia do "Melhor de Todos os Tempos".

Assim que terminaram as finais de conferência da NFL, quando Peyton Manning calou os críticos com uma atuação soberba, voltaram com força total as conversas sobre quem seria o melhor quarterback de todos os tempos. Os nomes de sempre voltam à tona, o do próprio Manning, o de seu “rival” Tom Brady e o de Joe Montana são os mais falados.

Tudo bem que exista uma necessidade absurda de se “categorizar” características humanas incluindo o desempenho esportivo, mas as argumentações mostram as deficiências desta categorização e ainda mais, mostram a deficiência de argumentação daquele que deseja fazer fato o que é apenas sua opinião. Mas que fique bem claro, mesmo que as opiniões sejam unânimes sobre quem é o “melhor de todos os tempos”, esta categorização será sempre uma opinião, jamais um fato.

Outro dia cheguei a me irritar com um jornalista que na mídia Globo.com “justificou” o título de melhor tenista de todos os tempos para Federer por uma única jogada. Sem dúvida, a mais restrita e idiota argumentação para este “título” que um “especialista” esportivo já escreveu em uma mídia, pelo menos a mais idiota que eu já tenha lido. Em minha opinião.

Agora vamos aos fatos de como são hipócritas as argumentações para transformarem em fatos suas opiniões.

Frequentemente “fãs” de Tom Brady “argumentam” que ele é o melhor de todos os tempos por ter mais títulos de Superbowl que Peyton Manning. Muitos deles utilizam a mesma argumentação para “justificar” a escolha de Federer como o “melhor” também. Dentro destes mesmos esportes ignoram, por conveniência ou desconhecimento mesmo, que Joe Montana tem mais títulos de Superbowl e Ken Rosewall tem mais títulos de Slams. Alguns destes fãs que usaram desta argumentação para justificar sua “escolha” ignoram esta mesma argumentação ao considerar Senna o melhor de todos e aí acrescentam um “SE”: Se Senna não tivesse morrido na Tamburello teria mais títulos que Vettel, Prost, Fangio e até mesmo Schumacher.

Esses fãs pioram tudo quando se esquecem de que ao contrário do tênis que é um esporte individual, então os argumentos “caem” melhor, o futebol americano é um esporte coletivo e a Fórmula UM é um esporte aonde o piloto precisa de um bom carro para vencer.

Argumenta-se muito com os números para se justificar as escolhas, mas escolhem que números devem usar. Falam dos três títulos de Superbowl do Brady e esquecem os quatro, que certamente passarão a serem cinco títulos de MVP (jogador mais valioso) do Peyton Manning. Argumentam a vantagem no “confronto direto” para Brady, mas se esquecem de valorizar os jogos decisivos de títulos de conferência, o que fizeram quando levaram em consideração os títulos de Superbowl e esquecem o fato de que os dois jogadores JAMAIS se encontraram em campo ou enfrentaram um ao outro porque times de ataque não enfrentam times de ataque de seus rivais no futebol americano, somente times de defesa.

Na Fórmula Um se usa nas “argumentações” o número de vitórias e comparam épocas distintas. Eras de campeonatos de oito corridas, de doze, dezesseis e agora até mais de vinte. Percentuais são usados conforme conveniência ou o fato de terem carros “vencedores” ou não.

O pior, mas bem pior é quando os “fãs” usam o “melhor de todos os tempos” para negar o talento daqueles para quem não torce. Não é errado “achar” seu ídolo o melhor de todos os tempos, mas não queira fazer disto um fato pois é apenas uma opinião. Mas é muito errado negar o talento dos rivais de seus ídolos, como se “o fato” de não serem “o melhor” o tornassem insignificantes para o esporte. Isto torna os seus ídolos menores.

Para ficar apenas nos esportes que citei:

Eu jamais tornaria Rosewall e Nadal menores ignorando o talento e a grandeza de Laver, Federer, Djokovic, etc...

Eu jamais tornaria Peyton Manning menor ignorando o talento e a grandeza de Brady, Elway, Marino, Montana, etc...

Eu jamais tornaria Fangio menor ignorando o talento e a grandeza de Senna, Schumacher, Piquet, Lauda, etc... 

domingo, 13 de outubro de 2013

A Lotus do Kimi e seu assento de espadas.


Antes de entrar no mérito do título do post, vamos falar um pouco do campeonato de pilotos de Fórmula 1.

Vettel está a um passo de formiga de se tornar o quarto tetracampeão do mundial de pilotos da Fórmula 1. Muitos dizem: “É o carro”. Dá vontade de rir do pouco conhecimento desses caras. Desde 1984 com a McLaren MP4/2, o campeonato de piloto perdeu o sentido, pois o carro passou a ser mais importante que o piloto. O último campeão com um carro inferior foi Piquet em 1983 com uma Brabham nitidamente inferior a Ferrari e a Renault (Campeã e Vice dos Construtores). De lá pra cá, apenas Prost (1986) e Raikkonen (2007) foram campeões com o segundo melhor carro (vice nos Construtores). A Ferrari foi campeã de 2007 pela desclassificação da McLaren pelo escândalo da espionagem que favoreceu aos pilotos dela, entre eles o Fernando “não sei de nada” Alonso, bem insatisfeito por dividir as atenções com Hamilton.

Voltando aos dias atuais. Que Vettel tem o melhor carro, ninguém duvida. Mas que Vettel também faz a diferença está clara na posição do Webber, seu companheiro de equipe, quinto no campeonato, atrás dos melhores pilotos da Ferrari, Lotus e Mercedes. Resumindo. As quatro primeiras posições estão nas mãos daqueles que fazem a diferença: Vettel, Alonso, Raikkonen e Hamilton.

Como o campeonato está decidido, vamos à corrida, para mim uma comédia.

Massa cumpriu o que disse, desobedeceu a ordem “Strategy A, NOW, Please”, resistiu algumas volta e correndo apenas para si foi ultrapassado por Alonso. No final da corrida ainda disse que não atendeu a ordem de equipe. Dois vexames num só gesto. Foi ultrapassado pelo Alonso e nem a desculpa de jogo de equipe pode dar mais. Vai continuar correndo por si e chegando atrás do Alonso, isto se a Ferrari não o mandar para casa mais cedo. Se fez com Prost, quanto mais com Felipe.

Agora o tema do título. A Lotus, depois das declarações bem antes da corrida feitas por seu “Manager” Eric Boullier, voltou suas atenções para Grosjean. Nem precisava das declarações. Não acredito em coincidências e o Kimi “piorou” depois que anunciou sua ida a Ferrari e ganhou da Lotus um trono digno da série de TV “Game of Thrones” no seu carro, o que acabou por detonar as costas do finlandês. Haja álcool para amenizar a dor (brincadeira, de fato o Raikkonen precisou de injeções de corticoides para correr). Enquanto isso o assento do Grosjean era forrado com veludo.

Essa aposta da Lotus no Grosjean cobrou seu preço hoje. Com sua experiência e capacidade de manter um ritmo constante conservando os pneus, não tenho dúvidas que se fosse Raikkonen no lugar do Grosjean, a Lotus teria uma vitória para comemorar hoje. Mas com seu assento de espadas Raikkonen faz o que dá para fazer, as espetaculares ultrapassagens em pontos inesperados que Kimi propicia aos fãs de F-1. Hoje foi sobre Hulkenberg. Raikkonen é o piloto das ultrapassagens mais espetaculares da Fórmula 1 de hoje e um dos mais espetaculares, se não o mais espetacular de sempre. Dos que eu vi desde os tempos de Fittipaldi, não tenho dúvidas.


Pelo visto, para os fãs de Raikkonen resta esperar pelo ano que vem e ver se o finlandês vai ter realmente o mesmo tratamento dentro da equipe Ferrari que o espanhol Fernando “não sei de nada” Alonso, porque neste ano, na francesa Renault inglesa Lotus, ficou claro que as atenções estarão focadas em Grosjean. A não ser que Eric Boullier e Alan Permane ganhem bilhões de neurônios funcionantes e percebam que o grande chamariz de investidores na Fórmula 1 são as vitórias nos Grandes Prêmios, e que Kimi é mais preparado e talentoso que Grosjean para oferecer estas vitórias a Lotus, afinal já o fez. 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Galeria de Ídolos: Olha quem bate a porta.


Minha escolha de ídolos do esporte segue um critério pessoal às vezes estranho até para mim mesmo. Sendo assim no futebol tenho como ídolo-mor não o Pelé, mas Gérson, o canhotinha de ouro. Pelé passa distante da idolatria. No automobilismo tenho como ídolo o bocarrota Piquet, apesar de reconhecer em Senna um piloto que só teve iguais em velocidade Jim Clark e Fangio, seu comportamento midiático jamais permitiu que eu admirasse outra coisa que não o talento. O talento para mim é importante para um ídolo esportivo, afinal nem chego a conhecer o nome de atletas que são medianos, exceto é lógico os brasileiros que chegam à mídia como esperanças de títulos ou medalhas e sequer chegam as finais de suas especialidades.

O tênis juntamente com o automobilismo são os esportes onde ídolos é o que não faltam para mim. No automobilismo tenho como ídolos em Nuvolari, Fangio, Piquet, Clark, Raikkonen, Brabham, McLaren e até Bird Clemente. E para cada um algo diferente do talento, diferente entre eles, mas com algumas semelhanças. Piquet, Brabham e McLaren tinham conhecimento mecânico extraordinário, mas temperamentos diferentes. Nuvolari, Fangio e Clark o domínio do carro. Raikonnen uma personalidade única e Clemente um amor inigualável aos carros de corridas.

No tênis meus ídolos são ainda mais diferentes entre si: Ken Rosewall, Nadal, Laver, Pancho Gonzales, Connors e Guga nada apresentam de semelhante além do grande talento.

Mas um outro personagem está quase entrando nesta restrita galeria de ídolos que tenho e isto pelas suas semelhanças com Guga.

Guga sendo homenageado por ter terminado um ano como o número 1, se vê no meio de Connors, McEnroe, Borg, Nastase, Federer, Nadal e então pergunta humildemente: O que fiz para estar no meio destes gênios? Sabemos que não é uma falsa modéstia ou falsa humildade, este sempre foi o Guga, respeitoso com a história do tênis, olhando para estes caras como eu só olharia para Gonzales, Rosewall, Laver e Nadal. Primeiro respondo a Guga, o que ele fez para estar no meio destes gênios? Foi um gênio, simples assim. Um gênio dentro da quadra, um grande ser humano fora dele, representou o Brasil com grande dignidade, mostrando simplicidade e uma imensa alegria dentro e fora da quadra. Nem parecia estar competindo, apenas se divertindo. E divertindo-se foi evoluindo seu tênis até conseguir um seu maior feito. Muitos podem achar que foram os três títulos em Roland Garros, mas para mim seu grande feito foi o feito inédito de ter vencido Sampras e Agassi em jogos seguidos na quadra dura. O que mostrava sua evolução interrompida pela maldita lesão no quadril.

Falando sobre este outro personagem que está batendo à porta da galeria de ídolos esportivos, ele também demonstra simplicidade e imensa alegria fora da quadra, mas dentro da quadra, diferente de Guga, se transforma em guerreiro e luta, com uma força mental superada apenas pelo Nadal. É, estou falando de Djokovic. Fora da quadra não é um Romário (que também NÃO É meu ídolo) que se achava mais do que era, apesar de ter sido muito. Djokovic é parecido com o Guga, low profile, simples, alegre e acrescenta um lado quase palhaço no modo de enxergar o mundo. Essa semelhança com o Guga e um gesto, apenas um gesto, o aproximou da minha galeria. A mão em cima do ombro de Guga, não apenas na foto acima, mas em várias outras de momentos diferentes. Uma demonstração de respeito àquele que representou a humildade, alegria e espontaneidade na quadra, características que ficaram ausentes do circuito ATP com a aposentadoria precoce do brasileiro até o aparecimento dele, Djokovic.

Então Djoko, continue sendo simples, humilde na vitória e também na derrota ao reconhecer o valor do adversário como frequentemente você faz que a porta da galeria de ídolos do tênis será aberta, pois bem mais do que o talento, o caráter e a ética são a matéria que constituem os meus ídolos. O talento é apenas um detalhe, sempre presente, mas apenas um detalhe.

sábado, 17 de agosto de 2013

Parabéns Tri-campeão.


Nelson Piquet completou hoje 61 anos. Em termos de saber viver, talvez perca apenas para Errol Flynn, sobre quem já escrevi aqui.  Em termos de direção de bólidos, não perde para ninguém. Ayrton Senna foi sem dúvidas o mais veloz de todos, mas o mais técnico, de todos os que existiram, em minha opinião foi o Piquet.  

Tenho 3 ídolos no automobilismo, todos velozes e técnicos, Fangio, Clark e Piquet. Mas o dois primeiros e acredito nenhum outro piloto de F-1 tinha o conhecimento sobre a mecânica desses bólidos que o Piquet possuía. Uma vez perguntado se por conta dos seus conhecimentos técnicos ele se daria muito bem na F-1 de hoje, com sua franqueza característica Piquet respondeu que os conhecimentos dele talvez fossem inúteis hoje em dia porque os computadores informam tudo aos engenheiros e aos pilotos, mas que certamente seria muito útil na era anterior a ele.

Eu era muito menino quando Fittipaldi ganhou os títulos dele. Torcia por Emerson, mas não o tinha como ídolo. Mas como adolescente-adulto jovem, já com algum conhecimento sobre automóveis e apaixonado pelo automobilismo, nada mais natural que desenvolver uma idolatria pelo piloto-mecânico Piquet. 

Vibrei em cada um dos seus títulos, o de 81, no ano seguinte em que o precursor de Schumacher o jogou na parede do circuito para garantir um destes títulos conseguido na pura vigarice que desonra o esporte. Alan Jones tem um título desonesto, assim como Schumacher sobre Damon Hill e Alain Prost sobre Senna.

Em 1983, vibrei com um título vencido na estratégia  montada pelo auxiliar de engenheiro Piquet com o seu engenheiro Gordon Murray, mas o título mas emocionante foi o de 1987, conseguido contra um companheiro de equipe talentoso, Mansell, contra a própria equipe inglesa Williams que favorecia ao piloto inglês e principalmente contra Patrick Head, homem sem palavra, que prometeu a Piquet lhe dar o carro com suspensão ativa se ele o desenvolvesse e simplesmente retirou o carro do Piquet ao ver que o brasileiro levaria imensa vantagem sobre Mansell. Detalhe: Mansell foi o primeiro piloto escolhido pela equipe para desenvolver a suspensão ativa, mas se assustou com uma quebra da suspensão durante um teste e desistiu de desenvolvê-la.

Por tantas alegrias que me proporcionou é que desejo a Nelson Piquet que ele continue a aproveitar bem a vida como sempre fez. 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O Dilema de Kimi.



Nós brasileiros sabemos muito bem o que é ter um “ídolo” (entre aspas porque nenhum dos citados neste parágrafo é ídolo para mim) que ao abrir a boca já se espera que venha alguma bobagem. O maior ídolo dos brasileiros, Pelé, ao abrir a boca já se tem a garantia de que algo no mínimo infeliz vai ser dita. Niki Lauda agora mostra que “ídolos” austríacos também podem se inscrever na categoria de: “Calados são gênios”.

Niki Lauda, um gênio das pistas, recentemente declarou que se Kimi Raikkonen recusar o convite da RedBull será um covarde. Para quem foi injustamente acusado de covardia ao abandonar uma corrida e perder um título mundial por conta disso, usar esta palavra, de forma injusta, para definir alguém é prova de que a vida não ensinou nada a ele quando esta, a vida, lhe bateu covardemente.

Ao contrário do Lauda, a quem reconheço a genialidade mas não o tenho entre meus ídolos, Kimi Raikkonen é um ídolo para mim. Como já disse aqui no blog e repito, ninguém é meu ídolo apenas pelo talento, tem que ter personalidade e um certo padrão ético. Por isso Gérson, Rivelino e Tostão são meus ídolos e Pelé não é; ou Kimi Raikkonen e Piquet são meus ídolos e Ayrton ou Schumacher não; ou Elena Dementieva, Maria Sharapova e Ana Ivanovic são minhas “ídolas”, Serena Willians não.

Lauda perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado, outro tricampeão como Lauda, o Jackie Stewart declarou que se fosse Kimi não iria para a RedBull porque eles já tem afinidade e preferência por Vettel. Eu acrescentaria, que Kimi deveria pensar mais ainda porque ele já viu o que é ser piloto RedBull quando correu pelo mundial de Rally e também já viu o que é correr em uma equipe voltada para outra piloto. A Ferrari tinha clara preferência pelo Massa quando os dois correram juntos, muito certamente porque eles (os mandachuvas da Ferrari) não aceitavam o estilo Kimi de ser.

O que a RedBull quer de Kimi Raikkonen é o retorno midiático que a presença de Kimi oferece. Eles já viram pessoalmente no mundial de Rally e observam agora o sucesso midiático da Lotus em razão da presença de Kimi.

Entretanto, a RedBull não é a Lotus. Um dos aspectos positivos do retorno do Kimi à F-1 foi justamente a adequação da Lotus ao jeito Kimi de ser, a Lotus RESPEITOU o ser humano Kimi e teve um retorno espetacular em termos de desempenho esportivo e desempenho midiático. Por outro lado, a Lotus não é a RedBull e não pode oferecer a Kimi um carro realmente competitivo e com a possibilidade de desenvolvimento com o campeonato em andamento.

Infelizmente, em minha opinião, a McLaren não demonstrou interesse na contratação de Kimi. O campeonato do ano que vem é uma incógnita geral devido ao novo pacote técnico. A McLaren tem feito carroças sucessivas e por ser uma grande equipe com um grande orçamento, pela lei das probabilidades um carro veloz é capaz de sair de Woking para o ano que vem. Os mecânicos da McLaren já foram flagrados aplaudindo uma ultrapassagem feita por Kimi com a Lotus. Ele teria um ambiente melhor na McLaren do que na RedBull e estaria numa equipe com orçamento para ser campeã.
  
Se eu pudesse dizer alguma coisa a Kimi, diria apenas uma frase que cairia muito bem nele como serviu a Nelson Piquet em seus anos áureos. A frase seria: “Melhor do que ser o melhor, é ser o melhor e o mais feliz”.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Fórmula 1 - Opiniões e números.



A BBC “elegeu” uma lista de 20 maiores pilotos de todos os tempos. Não sei quem participa da votação de uma lista como essa, mas algumas discrepâncias são tão absurdas que dificilmente seriam “especialistas”. Mitos não são obrigatoriamente os melhores. Gilles Villeneuve, por exemplo, tornou-se mito pela morte prematura e coragem mostrada nas pistas, mas está longe de ser um top20. É um mito, porém não foi um piloto “genial”. Façam as listas, mas coloquem as listas como preferências e especifiquem de quem, não as coloquem como apuração de fatos, principalmente porque não há critérios para definição desta escolha a não ser o puramente pessoal.  Já fiz minha lista de top10 aqui, mas esta lista segue a ordem de preferência pessoal.

Sempre fui contra o uso de estatísticas para se definir o melhor, principalmente quando envolve atletas de épocas diferentes. Na Fórmula-1 até os anos 90, os carros quebravam muito. Na década de 90 começou a ter uma predominância do valor do carro sobre o valor do piloto, portanto os números dos pilotos das melhores equipes foram alavancados assustadoramente.  Porém as estatísticas descrevem fatos sem “achismo”. Tendo como exemplo Nelson Piquet, meu piloto favorito, cansei de assistir corridas em que ele era o mais rápido na pista, mas o carro (Brabham principalmente) quebrava e o deixava na mão. Estas quebras prejudicaram a sua estatística. Mas ao analisar as escolhas da “tal” lista da BBC pode-se perceber que os números de Piquet, Brabham, Ascari, Vettel e Fangio, foram completamente subestimados. Então cedi a estatística e fiz uma análise dos pilotos campeões e daqueles que tinham no mínimo 5 vitórias na F-1, num total de 51 pilotos. Foram pontuados gradativamente conforme suas posições em número de poles, percentual de poles por corrida, seguido do número e percentual de vitórias e depois do número e percentual de títulos, com cada categoria tendo um peso, sendo os máximos o número de títulos e percentual de títulos, afinal o título de campeão é mais importante que a vitória, assim como a vitória é mais importante que a pole.

O resultado desta estatística foi a seguinte:
P
Piloto
Título x5
% Tít x5
Vit x3
% Vit x4
Pole x1
% Pole x2
Pontos
01
J M Fangio
5(02-245p)
62,50(01-250p)
24(10-123p)
46,15(01-200p)
29(07-44p)
55,77(01-100p)
962
02
M Schumacher
7(01-250p)
38,89(04-235p)
91(01-150p)
29,55(04-188p)
68(01-50p)
22,08(08-86p)
959
03
S Vettel
3(04-235p)
60,00(02-245p)
28(06-135p)
26,42(06-180p)
38(03-48p)
35,85(05-92p)
935
04
A Senna
3(04-235p)
30,00(07-220p)
41(03-144p)
25,31(07-176p)
65(02-49p)
40,12(04-94p)
918
05
A Prost
4(03-240p)
30,77(06-225p)
51(02-147p)
25,25(08-172p)
33(04-47p)
16,34(12-78p)
909
06
J Stewart
3(04-235p)
33,33(05-230p)
27(07-132p)
27,00(05-184p)
17(16-35p)
17,00(09-84p)
900
07
J Clark
2(10-205p)
25,00(08-215p)
25(08-129p)
34,25(03-192p)
33(04-47p)
45,21(02-98p)
886
08
A Ascari
2(10-205p)
40,00(03-240p)
13(21-90p)
39,39(02-196p)
14(20-31p)
42,42(03-96p)
858
09
N Lauda
3(04-235p)
25,00(08-215p)
25(08-129p)
14,12(16-140p)
24(10-41p)
13,56(19-64p)
824
10
N Piquet
3(04-235p)
23,08(10-205p)
23(11-120p)
11,28(18-132p)
24(10-41p)
11,77(20-62p)
795
11
F Alonso
2(10-205p)
18,18(12-195p)
32(04-141p)
15,76(13-152p)
22(12-39p)
10,84(24-54p)
786
12
L Hamilton
1(16-175p)
16,67(15-180p)
21(13-114p)
18,26(10-164p)
27(08-43p)
23,48(07-88p)
764
13
M Hakkinen
2(10-205p)
18,18(12-195p)
20(14-111p)
12,12(17-136p)
26(09-42p)
15,76(14-74p)
763
14
J Brabham
3(04-235p)
18,75(11-200p)
14(18-99p)
10,94(20-124p)
13(24-27p)
10,16(26-50p)
735
15
D Hill
1(16-175p)
12,50(21-150p)
22(12-117p)
18,03(11-160p)
20(13-38p)
16,39(11-80p)
720
16
N Mansell
1(16-175p)
07,14(32-95p)
31(05-138p)
16,23(12-156p)
32(06-45p)
16,75(10-82p)
691
17
J Hunt
1(16-175p)
16,67(15-180p)
10(29-66p)
10,75(21-120p)
14(20-31p)
15,05(15-72p)
644
18
E Fittipaldi
2(10-205p)
18,18(12-195p)
14(18-99p)
09,40(25-104p)
6(37-14p)
04,03(40-22p)
639
19
K Raikkonen
1(16-175p)
10,00(26-125p)
20(14-111p)
10,99(19-128p)
16(17-34p)
08,79(27-48p)
621
20
G Hill
2(10-205p)
11,11(23-140p)
14(18-99p)
07,82(30-84p)
13(24-27p)
07,26(32-38p)
603
21
G Farina
1(16-175p)
16,67(15-180p)
5(45-18p)
14,71(15-144p)
5(42-09p)
14,71(16-70p)
596
22
M Andretti
1(16-175p)
07,69(30-105p)
13(21-90p)
09,92(23-112p)
18(14-37p)
13,74(17-68p)
587
23
J Rindt
1(16-175p)
14,28(18-165p)
6(38-39p)
09,67(24-108p)
10(32-19p)
16,13(13-76p)
582
24
A Jones
1(16-175p)
11,11(23-140p)
12(24-81p)
10,26(22-116p)
6(37-14p)
05,13(36-30p)
556
25
J Villeneuve
1(16-175p)
09,09(28-115p)
11(26-75p)
06,67(33-72p)
13(24-27p)
07,88(30-42p)
506
26
J Scheckter
1(16-175p)
12,50(21-150p)
10(29-66p)
08,85(26-100p)
3(46-05p)
02,65(48-06p)
502
27
J Button
1(16-175p)
07,69(30-105p)
15(17-102p)
06,38(35-64p)
8(33-18p)
03,40(44-14p)
478
28
P Hill
1(16-175p)
14,28(18-165p)
3(LT-00p)
05,88(38-52p)
6(37-14p)
11,76(21-60p)
466
29
M Hawthorn
1(16-175p)
14,28(18-165p)
3(LT-00p)
06,38(35-64p)
4(45-06p)
08,51(28-46p)
456
30
J Surtees
1(16-175p)
09,09(28-115p)
6(38-39p)
05,31(39-48p)
8(33-18p)
07,08(33-36p)
431
31
D Hulme
1(16-175p)
10,00(26-125p)
8(34-51p)
07,14(32-76p)
1(LT-00p)
00,89(LT-00p)
427
32
S Moss
0(LT-00p)
(LT-00p)
16(16-105p)
23,88(09-168p)
16(17-34p)
23,88(06-90p)
397
33
K Rosberg
1(16-175p)
11,11(23-140p)
5(45-18p)
03,91(44-28p)
5(42-09p)
03,91(41-20p)
390
34
R Peterson
0(LT-00p)
(LT-00p)
10(29-66p)
08,13(29-88p)
14(20-31p)
11,38(22-58p)
243
35
T Brooks
0(LT-00p)
(LT-00p)
6(38-39p)
15,38(14-148p)
3(46-05p)
07,69(31-40p)
232
36
J P Montoya
0(LT-00p)
(LT-00p)
7(36-45p)
07,37(31-80p)
13(24-27p)
13,68(18-66p)
218
37
C Reutmman
0(LT-00p)
(LT-00p)
12(24-81p)
08,22(28-92p)
6(37-14p)
04,10(39-24p)
211
38
F Massa
0(LT-00p)
(LT-00p)
11(26-75p)
06,15(37-56p)
15(19-32p)
08,38(29-44p)
207
39
J Ickx
0(LT-00p)
(LT-00p)
8(34-51p)
06,56(34-68p)
13(24-27p)
10,66(25-52p)
198
40
D Coulthard
0(LT-00p)
(LT-00p)
13(21-90p)
05,26(40-44p)
12(29-22p)
04,86(37-28p)
184
41
R Arnoux
0(LT-00p)
(LT-00p)
7(36-45p)
04,24(43-32p)
18(14-37p)
10,90(23-56p)
170
42
G Berger
0(LT-00p)
(LT-00p)
10(29-66p)
04,76(41-40p)
12(29-22p)
05,71(34-34p)
162
43
R Barrichello
0(LT-00p)
(LT-00p)
11(26-75p)
03,37(46-20p)
14(20-31p)
04,29(38-26p)
152
44
G Villeneuve
0(LT-00p)
(LT-00p)
6(38-39p)
08,82(27-96p)
2(48-03p)
02,94(47-08p)
146
45
M Webber
0(LT-00p)
(LT-00p)
9(33-54p)
04,43(42-36p)
11(31-20p)
05,42(35-32p)
142
46
J Laffite
0(LT-00p)
(LT-00p)
6(38-39p)
03,33(47-16p)
7(36-15p)
03,89(42-18p)
88
47
R Schumacher
0(LT-00p)
(LT-00p)
6(38-39p)
03,30(48-12p)
6(37-14p)
03,30(45-12p)
77
48
C Regazzoni
0(LT-00p)
(LT-00p)
5(45-18p)
03,60(45-24p)
5(42-09p)
03,60(43-16p)
67
49
R Patrese
0(LT-00p)
(LT-00p)
6(38-39p)
02,33(LT-00p)
8(33-18p)
03,11(46-10p)
67
50
J Watson
0(LT-00p)
(LT-00p)
5(45-18p)
03,25(49-08p)
2(48-03p)
01,30(49-04p)
33
51
M Alboreto
0(LT-00p)
(LT-00p)
5(45-18p)
02,33(LT-00p)
2(48-03p)
00,93(50-02p)
23

Olhando os resultados vê-se que apesar de se dar mais importância ao título, as vitórias, poles e seus percentuais também foram significativos. Assim Fangio com 5 títulos ficou na frente de Schumacher com 7 títulos, devido aos mais elevados percentuais da categoria. Os tricampeões Vettel, a surpresa da lista, e Senna ficaram na frente do Tetra Prost, assim como bicampeões ficaram a frente de tricampeões. Apesar do resultado desta estatística montada por mim ter resultados que não seriam minha escolha pessoal achei que ela foi representativa e com uma vantagem, não tem “achismo”, é pura análise das variáveis títulos, vitórias e poles e seus percentuais, graduados em importância relativa.

Fiz também uma comparação entre a lista da BBC e o resultado da estatística e a minha opinião que tem Nuvolari, sem estatísticas porque correu antes da F-1 ser “oficializada”. Tirem as conclusões.

Piloto
BBC
 Estatística.
Minha Opinião
Kimi Raikkonen
NL
19
12
Tazio Nuvolari
NL
NL
6
Jochen Rindt
20
23
17
Graham Hill
19
20
16
Jack Brabham
18
14
9
Emerson Fittipaldi
17
18
10
Nelson Piquet
16
10
4
Lewis Hamilton
15
12
15
Mika Hakkinen
14
13
NL
Nigel Mansell
13
16
19
Gilles Villeneuve
12
44
NL
Alberto Ascari
11
8
13
Fernando Alonso
10
11
18
Niki Lauda
9
9
8
Sebastian Vettel
8
3
14
Jackie Stewart
7
6
11
Stirling Moss
6
32
20
Alain Prost
5
5
5
Michael Schumacher
4
2
7
Jim Clark
3
7
3
Juan Manuel Fangio
2
1
1
Ayrton Senna
1
4
2