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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Choose Life


Recentemente tive que lidar na minha vida com uma pessoa muito querida que escolheu se viciar em drogas leves, ainda assim, drogas, e que a levaram a gestos desesperados.

Não sabia o que dizer a esta pessoa e me lembrei de dois monólogos, ambos titulados “CHOOSE LIFE” recitados por Ewan McGregor nos filmes Trainspotting 1 e 2. No primeiro, feito como uma espécie de apologia a drogas, no segundo, feito como reconhecimento ao que o caminho das drogas o levou. Escolhi o segundo, “editei” um pouquinho o começo e o final.

Eis o monólogo:

Minha querida, escolha a vida, as outras escolhas são vãs e nada te acrescentam, OU:
“Escolha lingerie de grife na vã esperança de trazer de volta alguma vida a um relacionamento morto.
Escolha bolsas.
Escolha sapatos de salto alto.
Cashmere e seda para fazer você se sentir o que dizem ser felicidade.

Escolha um iPhone feito na China por uma mulher que saltou de uma janela, e cole no bolso do seu casaco novo feito em um barril de pólvora qualquer no Sul da Ásia.
Escolha o Facebook, Twitter, Snapchat, Instagram e mil outras maneiras para vomitar sua bile
Na direção de pessoas que nunca conheceste.
Escolha dar um update em seu perfil.

Diga ao mundo o que comeu no café da manhã e espere que alguém, em algum lugar se importe.
Escolha ficar olhando velhas paixões, desesperada para acreditar que você não parece tão mal quanto eles parecem.
Escolha live-blogging (live de Instagram) desde sua primeira punheta até seu último suspiro.
Interação humana reduzida a nada mais do que dados.
 
Escolha dez coisas que você nunca soube sobre celebridades que fizeram cirurgia plástica.
Escolha gritar sobre o aborto.
Escolha piadas de estupro, envergonhando prostitutas, revenge porn, e uma interminável onda de deprimente misoginia.

Escolha que 9/11 nunca aconteceu, e se aconteceu, foram os judeus.
Escolha um contrato de zero-hora com uma viagem de duas horas para o trabalho, e escolha o mesmo para seus filhos, só que pior.
E talvez dizer-se que seria melhor que eles nunca tivessem acontecido.
E, em seguida, sente e sufoque a dor com uma desconhecida dose de uma droga desconhecida
feita na fodida cozinha de um traficante qualquer.

Escolha a promessa não cumprida desejando que você tivesse feito tudo diferente.
Escolha nunca aprender com seus próprios erros.
Escolha ver a história se repetir.
Escolha a lenta reconciliação entre aquilo o que você pode ter em vez do que você sempre desejou.
Contente-se com menos e mantenha uma face corajosa diante disso.
Escolha o desapontamento.
E escolha perder aqueles que amava, e enquanto eles somem de suas vistas um pedaço de você morre com eles.
Até você poder enxergar, que um dia no futuro, pedaço por pedaço, todos se foram.
E não restará nada de você para chamar de vivo ou morto.”

Querida amiga, você tem opções. Escolha as melhores.
Você quer ser uma viciada? Então seja uma viciada, mas uma viciada em algo melhor.
Escolha aqueles que você ama.
Escolha o seu futuro, querida amiga.
Escolha A VIDA
Seja viciada em VIVER.

sábado, 18 de agosto de 2012

SER OU NÃO SER.




Ontem, no trabalho, um colega falava do Twitter. O que ele disse: “É muito esquisito, a Renatinha do BBB tem 40 mil seguidores, devem ser os mesmos adolescentes que seguem a Paris Hilton, afinal ela é como uma Paris Hilton brasileira”.

Olhei para ele e sorrindo respondi: “Nunca ouvi tanta besteira em uma só frase como a que você acaba de dizer”. E falei sobre os absurdos ditos por ele numa única frase. Não como escreverei aqui, afinal, com as letras a nossa disposição argumentamos melhor, acho.

Primeiro, a Renatinha não é mais do BBB, aliás, muitos dos que me seguem no Twitter sabem que eu admirava a beleza dela no BBB, mas o ser humano Renata D’Avila me conquistou fora dele, ao saber diferenciar muito bem o que era vida dentro e fora do BBB.  Então de certa forma me irrita quando a chamam de BBB ou ex-BBB, não que isto seja um rótulo indigno, mas em nada explica o complexo ser humano que é esta menina.

Sigo a Renata no Twitter, em retribuição, pois ela é a única “celebridade” que me segue e por consequência também sigo, mas hoje, pelo ser humano que ela é, eu a seguiria mesmo que ela me desse unfollow. Eu não seguiria a Paris Hilton mesmo que fosse pago. Como escrevi no post abaixo, interessante é uma característica que prende a minha atenção e o que há de interessante na vida de uma herdeira que se dedica a vender a marca “Paris Hilton”?

No entanto, há muito de interessante na Renata D’Avila. Ela usa o Twitter para se comunicar com os(as) “fãs” e se expressa sempre com gentileza. Nas viagens sempre arranja um tempo para se encontrar com eles(elas) tratando a todos com delicadeza e atenção peculiar.

Usou a “celebridade” conquistada no BBB para trabalhar como modelo e tentar alguma coisa na televisão. Soube que teve um tempo de programa no Multishow, ainda não vi. Sinceramente acho que o canal Multishow deveria contratá-la. Na televisão sabe-se que não basta ter carisma, senão o Alemão teria feito um grande sucesso, mas a Renata D’Avila tem algo a mais, ela tem uma luminosidade que não se expressa apenas na própria luz como também ilumina quem está próximo a ela. No BBB foi assim, na presença dela os seus companheiros de cela ganhavam uma vida que não tinham na sua ausência.

Outra coisa que diferencia em muito a Renata da Paris Hilton está na expressão. A expressão “divertida” da Paris Hilton se resume a uma “diversão” vazia, enquanto a expressão divertida de Renata expressa uma promessa de possibilidades. É como se a Paris Hilton falasse “Eu quero me divertir” enquanto a Renata expressa: “Eu quero nos divertir”. Há uma grande diferença.

A Renata D’Avila é extraordinariamente linda, tem um corpo perfeito e os olhos belíssimos extremamente expressivos. É um cartão de visita, mas não deve ser tomado além disso. E parece que ela tem consciência disso. Tem uma qualidade além da aparência, ela lê. E como a leitura é importante, ela forma o conteúdo, ela forma o ser e o não ser. Pelo Twitter soube que ela está lendo o livro “Fragmentos” sobre Marilyn Monroe, perfeito para o momento dela, que não fique nos fragmentos mas aprofunde nas biografias deste exemplo de mulher, que foi julgada pela forma, jamais pelo conteúdo. Pela forma foi abusada sexualmente, admirada por milhões, virou ícone e foi desprezada depois de usada pelos dois poderosos irmãos Kennedy. Morreu misteriosamente num oficialmente suicídio, mas que pode ter sido outra coisa. Não importa, em qualquer caso, no caso da Marilyn, o não ser venceu.

No caso da Renata, ela É bela como a Marilyn, ela TEM o corpo perfeito como a Marilyn. Mas é importante saber que isto é temporário, faz parte do não ser, pois de fato, todos somos o que lemos, o que aprendemos, o que fazemos, o que nos importamos, o que amamos, o que vivemos. E pelo que vejo, espero que não tenha me enganado, a Renata D’Avila está no caminho do ser quem ela deseja, e acredito que ela deseja Ser muito mais do que Não Ser.

Quanto à frase do meu colega que inspirou a resposta e este post, talvez a melhor resposta a ele fosse: Quem é a Paris Hilton? Pelo que sei, ela não é.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Pontos de Vista.


Hoje uma foto da atleta de vôlei russa Gamova me levou a uma reflexão sobre os diferentes pontos de vista. Algo absolutamente corriqueiro neste mundo virtualmente socializado.

A fotografia que me refiro foi esta: 



Segundo Ortega y Gasset tudo no mundo está em constante processo de mudança. O movimento é constante. A razão vital dependia não apenas das condições psicológicas e sociais como também físicas. Somente se chega à verdade a partir do ponto de vista de cada um.

Na expressão de Ortega y Gasset, “O homem é o homem e a sua circunstância", a análise do ser humano não pode ser dissociada do que está a sua volta, sejam circunstâncias físicas, psicológicas ou sociais. Até mesmo o “momento” histórico, ou simplesmente a qualidade “temporal” deve ser levada em conta. Estas circunstâncias poderiam ser mais bem entendidas pelos indivíduos através da educação, o que elevaria a importância da condição social, mas não a torna protagonista da compreensão.
  
Nada possui isoladamente importância suficiente. Tudo é importante para o conjunto. Até mesmo o amor.  O amor é uma força motriz da procura. A ciência se beneficia do amor, afinal segundo o filósofo inspirador deste texto, Ortega y Gasset, “O amor vive do pormenor e procede microscopicamente”.

Ora, se a inteligência, as condições sociais, psicológicas e o próprio uso dos sentidos são limitantes do conhecimento e variam de indivíduo para indivíduo, a compreensão da “realidade” passa pela perspectiva deste indivíduo, portanto, como já dizia o filósofo, apesar da verdade não ser relativa, a realidade o é.



Então, considerando a Gamova como a “verdade” a realidade seria relativa ao ponto em que se encontra. Caído ao chão a realidade da Gamova seria a foto acima. Uma pessoa de estatura normal teria uma realidade como a seguir: 


Já uma pessoa mais alta teria esta realidade:



Já a “realidade” a seguir seria representativa de um desejo:


Não tomem esta foto de forma imoral.  Pois ela enseja uma lição ensinada pelo filósofo em questão: “É imoral pretender que uma coisa desejada se realize magicamente, simplesmente porque a desejamos. Só é moral o desejo acompanhado da severa vontade de prover os meios da sua execução.” No caso específico, a educação mais uma vez cresce em importância, aprender a língua russa seria um primeiro passo, mas não seria o suficiente. O físico provavelmente teria importância afinal ela é uma atleta. Também a química, o humor, a cultura, enfim, todos os fatores que influenciam na perspectiva da realidade, no ponto de vista.