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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Indivíduos fazem a diferença.


Uma das facetas menos interessantes da humanidade é a sua forte tendência de repetir seus erros. Outro dia estava lendo sobre a invasão da União Soviética por Hitler. Se Hitler tivesse ouvido os conselhos da história (fornecidos pela invasão da Rússia por Napoleão e pelas fracassadas tentativas de invasão da Inglaterra pela França) não teria rompido o acordo que tinha com a União Soviética. E teria esperado alguns anos para provocar a Inglaterra fazendo-o apenas quando tivesse capacidade naval para uma invasão, o que não tinha em 1939. EM ambas as invasões, da Rússia por Napoleão, da União Soviética por Hitler, dois indivíduos fizeram a diferença. O Marechal de campo, Príncipe Mikhail Illarionovich Golenishchev-Kutuzov na invasão à Rússia. O soldado, pastor (de ovelhas) Vassili Grigoryevich Zaitsev na invasão à União Soviética. A diferença dos títulos entre os dois tem bastante significado político nos seus respectivos tempos históricos.

Este preâmbulo é apenas ilustrativo, a história que se repete e que eu desejo comentar é uma história esportiva. Já no ano passado, por algumas atitudes da equipe Lotus, percebi a preferência da equipe por Romain Grosjean. Neste ano ficou claro que o amor-simbiose entre Eric Boullier e Romain Grosjean se assemelhava ao amor-simbiose entre Flávio Briatore e Fernando Alonso. A equipe é a mesma, só mudou o nome de Renault para Lotus. A diferença está no indivíduo, no caso Kimi Raikkonen. Duas corridas atrás Grosjean implorou pelo rádio que a Lotus mandasse Kimi deixá-lo passar. Não tenho a menor dúvida que se o piloto do outro carro fosse o Nelson Angelo Piquet a ordem teria sido dada. Mas o piloto era Kimi, e Boullier ou Ross Brawn ou Briatore nem ninguém teria peito de fazer o pedido para Kimi. A resposta dele seria outra daquelas que ele já deu e entraram para a história da Fórmula-1.

Boullier, também tem outra desvantagem em relação à Briatore. Não pode dar um carro defasado a Kimi, como Briatore fez por um ano e meio com Nelsinho, rompendo uma cláusula de desempenho do contrato, motivo da generosa compensação financeira dada pela Renault a Nelson Angelo Piquet pós-escândalo.

Mas nada muda o fato que a relação Boullier-Grosjean é uma relação de amor historicamente semelhante à de Briatore-Alonso. Como a Lotus de Kimi Raikkonen, desde o anúncio de sua ida para a Ferrari, está muito mais instável que a Lotus de Grosjean e o francês não virou melhor piloto que o finlandês de uma hora para outra, se eu fosse o Kimi, ouviria a voz da história e passaria a acompanhar pessoalmente a calibragem dos pneus, acertos de suspensão e ajustes de asas. Por quê? Porque a história se repete outra e outra vez e uma das facetas menos interessantes da humanidade é a sua forte tendência de repetir seus erros.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O que pensa a Ferrari?


Não faço ideia do que a Ferrari pretendia contratando Kimi Raikkonen para ser piloto junto com Fernando “não sei de nada” Alonso. Se era dar um aperto no espanhol por suas declarações deste ano, definitivamente escolheu a pessoa errada para apertar. Fernando “não sei de nada” Alonso foi aquele que entregou os e-mails trocados com Pedro De La Rosa para a FIA como evidência do crime de espionagem cometido pela McLaren e que custou aos cofres da equipe inglesa 100 milhões de dólares. Poderia ter custado o banimento da McLaren, defendido por Max Mosley conforme esta declaração dada por ele.

A pizza montada poupou os pilotos Hamilton e Alonso, bastante beneficiados pela espionagem e conscientes dela, salvos pela delação premiada do Fernando “não sei de nada” Alonso, tiveram seus pontos e posições preservadas. Segundo Mosley salvando a imagem de um grande campeonato pela batalha entre Raikkonen e Hamilton.

Uma das razões do meu desprezo por Fernando “não sei de nada” Alonso é justamente o fato dele ter se beneficiado com a espionagem e quando se viu irritado com a McLaren por dividir a equipe entre ele e Hamilton, VINGOU-SE entregando a prova do crime, do qual Alonso se beneficiou. A outra razão é seu “padrinho” Briatore ter forçado o Nelsinho a bater em Cingapura para dar a vitória a Alonso, que mais uma vez, não sabia de nada.

O maior prejudicado desta história foi Kimi Raikkonen, que teve o que seriam vitórias legítimas tomadas pela desonestidade da McLaren/Alonso/Hamilton. Retirando as vitórias conquistadas pela McLaren usando os dados da espionagem roubados da Ferrari, Kimi teria acumulado vitórias na Malásia, Hungria e Itália, somando as seis que conquistou nas pistas seriam nove, ou oito se considerar que Massa fez jogo de equipe no último GP do ano, no Brasil, o que não seria necessário.

Como por conta do escândalo comprovado pelos e-mails enviados a FIA pelo Fernando “não sei de nada” Alonso, A Ferrari sagrou-se a campeã de equipes (A McLaren foi desclassificada, os pilotos não), com isso ganhando o prêmio em dinheiro para a equipe campeã, e tendo feito o campeão nas pistas, Raikkonen, a Ferrari convenientemente esqueceu-se que Alonso se beneficiou da espionagem e mais tarde, vendeu-se ao Banco Santander contratando Alonso e demitindo Raikkonen, seu último campeão. Algo que o Enzo Ferrari jamais faria, mas o Montezemolo está pouco se lixando por isso.

Por conta deste passado do Fernando “não sei de nada” Alonso é que a contratação de Kimi Raikkonen pela Ferrari me espanta agora. Se em 2014 o desgaste dos pneus for um fator importante como neste ano, Raikkonen será beneficiado por seu estilo de direção preciso que conserva os pneus. Um piloto que Alonso NÃO que ver campeão em 2014, em hipótese alguma, é o Raikkonen. Se o Raikkonen largar na frente do campeonato veremos o Fernando “Choronso” da McLaren de 2007, demandando, dando chiliques, e se souber de alguma “merda”, assim como fez em 2007, Fernando “não sei de nada” Alonso vai ligar o ventilador.

A Ferrari está agindo como amante do cara que largou a esposa por ela e acha que ele vai ser fiel dali em diante. Não entende que fidelidade vem de berço, é inerente, se não foi uma vez, a única coisa que impedirá que repita é a falta de oportunidade de trair.

Por outro lado, diante do que se tem dito: Alonso na McLaren em 2015, dois absurdos vem desta situação. Um nem tanto assim, assim como a Ferrari se vendeu ao Santander, a McLaren estaria se vendendo ao mesmo banco que acompanharia Alonso, é claro. E venderia-se também a Honda, que deixou de lado o espírito do Bushido e deseja a contratação do Ronin Fernando Alonso.  

Uma das piadas mais infames que vejo na internet é chamarem o Alonso de Samurai, é desconhecerem completamente a cultura oriental. Diante do ocorrido em 2007, Alonso deixou de ser Samurai para se tornar um Ronin.

Diante do que se diz sobre os testes da Ferrari para 2014, o outro absurdo é a Ferrari arriscar um possível, mas nem tanto provável, número 1 pintado no carro ser transferido para a McLaren em 2015. Este número 1 tem um valor mercadológico incalculável.

Distante de tudo isto está Kimi Raikkonen, um piloto dos anos 70 que conseguiu por uma máquina do tempo aparecer no século XXI. Kimi vai se divertir em 2014, ganhando ou perdendo. Não acredito que ele espere coisa alguma da Ferrari, para ele o que vier é lucro, vitórias serão lucros, um título então... O que Kimi demonstra, fazendo corridas incríveis para uma Lotus que não paga seu salário, é seu amor pela velocidade, pela corrida em si. Não se interessa pela política da Formula-1 e com seu jeito silencioso vai conquistando fãs por todo o mundo da velocidade. Não fala mal de ninguém, nem mesmo da Ferrari quando esta o sacaneou. Exigiu um pedido de desculpas do Montezemolo para retornar, mas isto permaneceria em segredo não fossem pessoas ligadas ao Montezemolo terem vazado.

Pelo histórico, e a história nunca falha, no ano de 2014 na Ferrari teremos um Kimi tranquilo (em caso de vitórias) ou triste (se perceber favorecimento extremo ao Alonso), e um Fernando agitando o que pode, estando à frente ou atrás, pois tendo um competidor à altura na mesma equipe vai criar um inferno para que todas as preferências sejam para ele. Este é o Kimi, este é o Alonso. Nem é preciso esforço para adivinhar quem eu torço para que seja campeão ano que vem. 

Olen juurtuvat Kimi, paras.

domingo, 13 de outubro de 2013

A Lotus do Kimi e seu assento de espadas.


Antes de entrar no mérito do título do post, vamos falar um pouco do campeonato de pilotos de Fórmula 1.

Vettel está a um passo de formiga de se tornar o quarto tetracampeão do mundial de pilotos da Fórmula 1. Muitos dizem: “É o carro”. Dá vontade de rir do pouco conhecimento desses caras. Desde 1984 com a McLaren MP4/2, o campeonato de piloto perdeu o sentido, pois o carro passou a ser mais importante que o piloto. O último campeão com um carro inferior foi Piquet em 1983 com uma Brabham nitidamente inferior a Ferrari e a Renault (Campeã e Vice dos Construtores). De lá pra cá, apenas Prost (1986) e Raikkonen (2007) foram campeões com o segundo melhor carro (vice nos Construtores). A Ferrari foi campeã de 2007 pela desclassificação da McLaren pelo escândalo da espionagem que favoreceu aos pilotos dela, entre eles o Fernando “não sei de nada” Alonso, bem insatisfeito por dividir as atenções com Hamilton.

Voltando aos dias atuais. Que Vettel tem o melhor carro, ninguém duvida. Mas que Vettel também faz a diferença está clara na posição do Webber, seu companheiro de equipe, quinto no campeonato, atrás dos melhores pilotos da Ferrari, Lotus e Mercedes. Resumindo. As quatro primeiras posições estão nas mãos daqueles que fazem a diferença: Vettel, Alonso, Raikkonen e Hamilton.

Como o campeonato está decidido, vamos à corrida, para mim uma comédia.

Massa cumpriu o que disse, desobedeceu a ordem “Strategy A, NOW, Please”, resistiu algumas volta e correndo apenas para si foi ultrapassado por Alonso. No final da corrida ainda disse que não atendeu a ordem de equipe. Dois vexames num só gesto. Foi ultrapassado pelo Alonso e nem a desculpa de jogo de equipe pode dar mais. Vai continuar correndo por si e chegando atrás do Alonso, isto se a Ferrari não o mandar para casa mais cedo. Se fez com Prost, quanto mais com Felipe.

Agora o tema do título. A Lotus, depois das declarações bem antes da corrida feitas por seu “Manager” Eric Boullier, voltou suas atenções para Grosjean. Nem precisava das declarações. Não acredito em coincidências e o Kimi “piorou” depois que anunciou sua ida a Ferrari e ganhou da Lotus um trono digno da série de TV “Game of Thrones” no seu carro, o que acabou por detonar as costas do finlandês. Haja álcool para amenizar a dor (brincadeira, de fato o Raikkonen precisou de injeções de corticoides para correr). Enquanto isso o assento do Grosjean era forrado com veludo.

Essa aposta da Lotus no Grosjean cobrou seu preço hoje. Com sua experiência e capacidade de manter um ritmo constante conservando os pneus, não tenho dúvidas que se fosse Raikkonen no lugar do Grosjean, a Lotus teria uma vitória para comemorar hoje. Mas com seu assento de espadas Raikkonen faz o que dá para fazer, as espetaculares ultrapassagens em pontos inesperados que Kimi propicia aos fãs de F-1. Hoje foi sobre Hulkenberg. Raikkonen é o piloto das ultrapassagens mais espetaculares da Fórmula 1 de hoje e um dos mais espetaculares, se não o mais espetacular de sempre. Dos que eu vi desde os tempos de Fittipaldi, não tenho dúvidas.


Pelo visto, para os fãs de Raikkonen resta esperar pelo ano que vem e ver se o finlandês vai ter realmente o mesmo tratamento dentro da equipe Ferrari que o espanhol Fernando “não sei de nada” Alonso, porque neste ano, na francesa Renault inglesa Lotus, ficou claro que as atenções estarão focadas em Grosjean. A não ser que Eric Boullier e Alan Permane ganhem bilhões de neurônios funcionantes e percebam que o grande chamariz de investidores na Fórmula 1 são as vitórias nos Grandes Prêmios, e que Kimi é mais preparado e talentoso que Grosjean para oferecer estas vitórias a Lotus, afinal já o fez. 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Vingança de Kimi Raikkonen.

Fiz um exercício de ficção sobre a renovação do contrato de Kimi Raikkonen com a Ferrari para os próximos dois anos.

Esta ficção começa em 2007 gerando uma série de eventos que culminaram na recente decisão da Ferrari e de Raikkonen.


Vamos a “ficção”:

Os principais motivos de Kimi Raikkonen querer voltar a Ferrari atendem pelos nomes de Fernando Alonso e Banco Santander. Quando o Banco Santander passou a patrocinar fervorosamente ao piloto Fernando Alonso, o fez conseguindo sua transferência para a McLaren em 2007. Quem saiu da McLaren para Alonso entrar? Kimi Raikkonen. Melhor para Kimi, foi para a Ferrari em 2007 e por conta do Alonso encontrar um adversário muito mais perigoso do que ele esperava, o Lewis Hamilton, eles dividiram pontos e o campeão foi justamente o Kimi. Chateado com a atenção dada pelo time inglês ao piloto inglês, Choronso saiu da McLaren após apenas um ano de contrato e escândalos de espionagem feita contra a Ferrari que beneficiaram a McLaren, com punição para a equipe inglesa e sem punição para os mais beneficiados, os pilotos Alonso e Hamilton, que SABIAM do que estava acontecendo.

Não ficaria espantado em saber que o Banco Santander tentou emplacar Alonso na Ferrari já para 2008, mas como gato escaldado tem medo de água fria, uma das imposições deve ter sido a saída do Kimi. O Santander poderia bancar a rescisão do contrato de Kimi como chegou a fazer para a temporada de 2010. Mas como a Ferrari se livraria do número 1 no carro? Esse retorno mercadológico garantia a presença de Kimi. Fernando voltaria aos braços de quem continuava sendo seu empresário, o nefasto Flávio Briatore, homem sem ética que acumulava duas funções incompatíveis, diretor de equipe de Fórmula-1 e empresário de piloto.  

Estranhamente em 2008 a Ferrari mudou, contra a vontade de seu campeão Kimi Raikkonen, toda a suspensão do carro, tornando-o incompatível com o estilo de direção do piloto finlandês. Os resultados que até então favoreciam o piloto finlandês em relação ao companheiro brasileiro Felipe Massa, piloto protegido da casa desde seu primeiro momento na F-1, sofreram a reviravolta e todos sabemos como terminou o ano de 2008.

Veio o ano de 2009, com Kimi desmotivado devido ao acontecido no ano anterior (mudança do carro que prejudicava o seu estilo de pilotagem para favorecer ao companheiro) não teve um bom desempenho dando a Ferrari o motivo que precisava para receber o caminhão de dinheiro que o Banco Santander daria a equipe para tirar Kimi Raikkonen e ter o Alonso no lugar dele. Massa era um piloto muito mais “obediente” que Kimi em relação às ordens de equipe.


No ano de 2010, Kimi Raikkonen foi se divertir no Rally com seu salário de 2010 da Fórmula-1 integralmente pago pelo Banco Santander pela Ferrari enquanto o Massa ouvia pelo rádio: “Fernando is faster than you”. Massa abriu passagem e passou a ser o Rubinho do Alonso, agradando a Ferrari no seu jeito de menino obediente. E assim foi se sustentando na equipe.

Para o azar de Massa, Choronso que achou em 2010 que em 2013 já estaria com seu quinto título, cansou de ser batido pelo Vettel e passou a reclamar da Ferrari publicamente e seguidas vezes. Um crime para a cúpula da Ferrari, que segundo dizem procurou a Shell para financiar os salários de Kimi Raikkonen e acreditem se quiserem, marcaram um encontro privado com o finlandês aonde o presidente da Ferrari pediu desculpas pelo passado e deu boas vindas a Kimi.

Um tempo atrás Kimi disse em entrevista que sua decisão poderia surpreender e que muita gente acharia que ele foi um idiota. Eu não achei. Algumas atitudes podem ser tomadas pelo orgulho, estou dizendo orgulho e não vaidade, existe uma grande diferença. Seu orgulho foi minado ao ser preterido duas vezes por imposição financeira de Banco e de outro piloto que não desejava enfrentá-lo com o mesmo carro e que agora será forçado a fazê-lo. Se vencer o oponente nas pistas dará a resposta que acredito, vindo de Kimi, seja mais para si mesmo que para os outros. Se perder dirá a si mesmo: “Fuck it” e vai se divertir no MotoCross ou Rally.

O que veremos em 2014 se estivermos vivos até lá? Não faço ideia, mas estou torcendo para uma conversa de rádio deste tipo:
Engenheiro: “Kimi, Fernando is faster than you.” Kimi: “Then, He can fight.”


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Galeria de Ídolos: Olha quem bate a porta.


Minha escolha de ídolos do esporte segue um critério pessoal às vezes estranho até para mim mesmo. Sendo assim no futebol tenho como ídolo-mor não o Pelé, mas Gérson, o canhotinha de ouro. Pelé passa distante da idolatria. No automobilismo tenho como ídolo o bocarrota Piquet, apesar de reconhecer em Senna um piloto que só teve iguais em velocidade Jim Clark e Fangio, seu comportamento midiático jamais permitiu que eu admirasse outra coisa que não o talento. O talento para mim é importante para um ídolo esportivo, afinal nem chego a conhecer o nome de atletas que são medianos, exceto é lógico os brasileiros que chegam à mídia como esperanças de títulos ou medalhas e sequer chegam as finais de suas especialidades.

O tênis juntamente com o automobilismo são os esportes onde ídolos é o que não faltam para mim. No automobilismo tenho como ídolos em Nuvolari, Fangio, Piquet, Clark, Raikkonen, Brabham, McLaren e até Bird Clemente. E para cada um algo diferente do talento, diferente entre eles, mas com algumas semelhanças. Piquet, Brabham e McLaren tinham conhecimento mecânico extraordinário, mas temperamentos diferentes. Nuvolari, Fangio e Clark o domínio do carro. Raikonnen uma personalidade única e Clemente um amor inigualável aos carros de corridas.

No tênis meus ídolos são ainda mais diferentes entre si: Ken Rosewall, Nadal, Laver, Pancho Gonzales, Connors e Guga nada apresentam de semelhante além do grande talento.

Mas um outro personagem está quase entrando nesta restrita galeria de ídolos que tenho e isto pelas suas semelhanças com Guga.

Guga sendo homenageado por ter terminado um ano como o número 1, se vê no meio de Connors, McEnroe, Borg, Nastase, Federer, Nadal e então pergunta humildemente: O que fiz para estar no meio destes gênios? Sabemos que não é uma falsa modéstia ou falsa humildade, este sempre foi o Guga, respeitoso com a história do tênis, olhando para estes caras como eu só olharia para Gonzales, Rosewall, Laver e Nadal. Primeiro respondo a Guga, o que ele fez para estar no meio destes gênios? Foi um gênio, simples assim. Um gênio dentro da quadra, um grande ser humano fora dele, representou o Brasil com grande dignidade, mostrando simplicidade e uma imensa alegria dentro e fora da quadra. Nem parecia estar competindo, apenas se divertindo. E divertindo-se foi evoluindo seu tênis até conseguir um seu maior feito. Muitos podem achar que foram os três títulos em Roland Garros, mas para mim seu grande feito foi o feito inédito de ter vencido Sampras e Agassi em jogos seguidos na quadra dura. O que mostrava sua evolução interrompida pela maldita lesão no quadril.

Falando sobre este outro personagem que está batendo à porta da galeria de ídolos esportivos, ele também demonstra simplicidade e imensa alegria fora da quadra, mas dentro da quadra, diferente de Guga, se transforma em guerreiro e luta, com uma força mental superada apenas pelo Nadal. É, estou falando de Djokovic. Fora da quadra não é um Romário (que também NÃO É meu ídolo) que se achava mais do que era, apesar de ter sido muito. Djokovic é parecido com o Guga, low profile, simples, alegre e acrescenta um lado quase palhaço no modo de enxergar o mundo. Essa semelhança com o Guga e um gesto, apenas um gesto, o aproximou da minha galeria. A mão em cima do ombro de Guga, não apenas na foto acima, mas em várias outras de momentos diferentes. Uma demonstração de respeito àquele que representou a humildade, alegria e espontaneidade na quadra, características que ficaram ausentes do circuito ATP com a aposentadoria precoce do brasileiro até o aparecimento dele, Djokovic.

Então Djoko, continue sendo simples, humilde na vitória e também na derrota ao reconhecer o valor do adversário como frequentemente você faz que a porta da galeria de ídolos do tênis será aberta, pois bem mais do que o talento, o caráter e a ética são a matéria que constituem os meus ídolos. O talento é apenas um detalhe, sempre presente, mas apenas um detalhe.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O Dilema de Kimi.



Nós brasileiros sabemos muito bem o que é ter um “ídolo” (entre aspas porque nenhum dos citados neste parágrafo é ídolo para mim) que ao abrir a boca já se espera que venha alguma bobagem. O maior ídolo dos brasileiros, Pelé, ao abrir a boca já se tem a garantia de que algo no mínimo infeliz vai ser dita. Niki Lauda agora mostra que “ídolos” austríacos também podem se inscrever na categoria de: “Calados são gênios”.

Niki Lauda, um gênio das pistas, recentemente declarou que se Kimi Raikkonen recusar o convite da RedBull será um covarde. Para quem foi injustamente acusado de covardia ao abandonar uma corrida e perder um título mundial por conta disso, usar esta palavra, de forma injusta, para definir alguém é prova de que a vida não ensinou nada a ele quando esta, a vida, lhe bateu covardemente.

Ao contrário do Lauda, a quem reconheço a genialidade mas não o tenho entre meus ídolos, Kimi Raikkonen é um ídolo para mim. Como já disse aqui no blog e repito, ninguém é meu ídolo apenas pelo talento, tem que ter personalidade e um certo padrão ético. Por isso Gérson, Rivelino e Tostão são meus ídolos e Pelé não é; ou Kimi Raikkonen e Piquet são meus ídolos e Ayrton ou Schumacher não; ou Elena Dementieva, Maria Sharapova e Ana Ivanovic são minhas “ídolas”, Serena Willians não.

Lauda perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado, outro tricampeão como Lauda, o Jackie Stewart declarou que se fosse Kimi não iria para a RedBull porque eles já tem afinidade e preferência por Vettel. Eu acrescentaria, que Kimi deveria pensar mais ainda porque ele já viu o que é ser piloto RedBull quando correu pelo mundial de Rally e também já viu o que é correr em uma equipe voltada para outra piloto. A Ferrari tinha clara preferência pelo Massa quando os dois correram juntos, muito certamente porque eles (os mandachuvas da Ferrari) não aceitavam o estilo Kimi de ser.

O que a RedBull quer de Kimi Raikkonen é o retorno midiático que a presença de Kimi oferece. Eles já viram pessoalmente no mundial de Rally e observam agora o sucesso midiático da Lotus em razão da presença de Kimi.

Entretanto, a RedBull não é a Lotus. Um dos aspectos positivos do retorno do Kimi à F-1 foi justamente a adequação da Lotus ao jeito Kimi de ser, a Lotus RESPEITOU o ser humano Kimi e teve um retorno espetacular em termos de desempenho esportivo e desempenho midiático. Por outro lado, a Lotus não é a RedBull e não pode oferecer a Kimi um carro realmente competitivo e com a possibilidade de desenvolvimento com o campeonato em andamento.

Infelizmente, em minha opinião, a McLaren não demonstrou interesse na contratação de Kimi. O campeonato do ano que vem é uma incógnita geral devido ao novo pacote técnico. A McLaren tem feito carroças sucessivas e por ser uma grande equipe com um grande orçamento, pela lei das probabilidades um carro veloz é capaz de sair de Woking para o ano que vem. Os mecânicos da McLaren já foram flagrados aplaudindo uma ultrapassagem feita por Kimi com a Lotus. Ele teria um ambiente melhor na McLaren do que na RedBull e estaria numa equipe com orçamento para ser campeã.
  
Se eu pudesse dizer alguma coisa a Kimi, diria apenas uma frase que cairia muito bem nele como serviu a Nelson Piquet em seus anos áureos. A frase seria: “Melhor do que ser o melhor, é ser o melhor e o mais feliz”.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Fórmula 1 - Opiniões e números.



A BBC “elegeu” uma lista de 20 maiores pilotos de todos os tempos. Não sei quem participa da votação de uma lista como essa, mas algumas discrepâncias são tão absurdas que dificilmente seriam “especialistas”. Mitos não são obrigatoriamente os melhores. Gilles Villeneuve, por exemplo, tornou-se mito pela morte prematura e coragem mostrada nas pistas, mas está longe de ser um top20. É um mito, porém não foi um piloto “genial”. Façam as listas, mas coloquem as listas como preferências e especifiquem de quem, não as coloquem como apuração de fatos, principalmente porque não há critérios para definição desta escolha a não ser o puramente pessoal.  Já fiz minha lista de top10 aqui, mas esta lista segue a ordem de preferência pessoal.

Sempre fui contra o uso de estatísticas para se definir o melhor, principalmente quando envolve atletas de épocas diferentes. Na Fórmula-1 até os anos 90, os carros quebravam muito. Na década de 90 começou a ter uma predominância do valor do carro sobre o valor do piloto, portanto os números dos pilotos das melhores equipes foram alavancados assustadoramente.  Porém as estatísticas descrevem fatos sem “achismo”. Tendo como exemplo Nelson Piquet, meu piloto favorito, cansei de assistir corridas em que ele era o mais rápido na pista, mas o carro (Brabham principalmente) quebrava e o deixava na mão. Estas quebras prejudicaram a sua estatística. Mas ao analisar as escolhas da “tal” lista da BBC pode-se perceber que os números de Piquet, Brabham, Ascari, Vettel e Fangio, foram completamente subestimados. Então cedi a estatística e fiz uma análise dos pilotos campeões e daqueles que tinham no mínimo 5 vitórias na F-1, num total de 51 pilotos. Foram pontuados gradativamente conforme suas posições em número de poles, percentual de poles por corrida, seguido do número e percentual de vitórias e depois do número e percentual de títulos, com cada categoria tendo um peso, sendo os máximos o número de títulos e percentual de títulos, afinal o título de campeão é mais importante que a vitória, assim como a vitória é mais importante que a pole.

O resultado desta estatística foi a seguinte:
P
Piloto
Título x5
% Tít x5
Vit x3
% Vit x4
Pole x1
% Pole x2
Pontos
01
J M Fangio
5(02-245p)
62,50(01-250p)
24(10-123p)
46,15(01-200p)
29(07-44p)
55,77(01-100p)
962
02
M Schumacher
7(01-250p)
38,89(04-235p)
91(01-150p)
29,55(04-188p)
68(01-50p)
22,08(08-86p)
959
03
S Vettel
3(04-235p)
60,00(02-245p)
28(06-135p)
26,42(06-180p)
38(03-48p)
35,85(05-92p)
935
04
A Senna
3(04-235p)
30,00(07-220p)
41(03-144p)
25,31(07-176p)
65(02-49p)
40,12(04-94p)
918
05
A Prost
4(03-240p)
30,77(06-225p)
51(02-147p)
25,25(08-172p)
33(04-47p)
16,34(12-78p)
909
06
J Stewart
3(04-235p)
33,33(05-230p)
27(07-132p)
27,00(05-184p)
17(16-35p)
17,00(09-84p)
900
07
J Clark
2(10-205p)
25,00(08-215p)
25(08-129p)
34,25(03-192p)
33(04-47p)
45,21(02-98p)
886
08
A Ascari
2(10-205p)
40,00(03-240p)
13(21-90p)
39,39(02-196p)
14(20-31p)
42,42(03-96p)
858
09
N Lauda
3(04-235p)
25,00(08-215p)
25(08-129p)
14,12(16-140p)
24(10-41p)
13,56(19-64p)
824
10
N Piquet
3(04-235p)
23,08(10-205p)
23(11-120p)
11,28(18-132p)
24(10-41p)
11,77(20-62p)
795
11
F Alonso
2(10-205p)
18,18(12-195p)
32(04-141p)
15,76(13-152p)
22(12-39p)
10,84(24-54p)
786
12
L Hamilton
1(16-175p)
16,67(15-180p)
21(13-114p)
18,26(10-164p)
27(08-43p)
23,48(07-88p)
764
13
M Hakkinen
2(10-205p)
18,18(12-195p)
20(14-111p)
12,12(17-136p)
26(09-42p)
15,76(14-74p)
763
14
J Brabham
3(04-235p)
18,75(11-200p)
14(18-99p)
10,94(20-124p)
13(24-27p)
10,16(26-50p)
735
15
D Hill
1(16-175p)
12,50(21-150p)
22(12-117p)
18,03(11-160p)
20(13-38p)
16,39(11-80p)
720
16
N Mansell
1(16-175p)
07,14(32-95p)
31(05-138p)
16,23(12-156p)
32(06-45p)
16,75(10-82p)
691
17
J Hunt
1(16-175p)
16,67(15-180p)
10(29-66p)
10,75(21-120p)
14(20-31p)
15,05(15-72p)
644
18
E Fittipaldi
2(10-205p)
18,18(12-195p)
14(18-99p)
09,40(25-104p)
6(37-14p)
04,03(40-22p)
639
19
K Raikkonen
1(16-175p)
10,00(26-125p)
20(14-111p)
10,99(19-128p)
16(17-34p)
08,79(27-48p)
621
20
G Hill
2(10-205p)
11,11(23-140p)
14(18-99p)
07,82(30-84p)
13(24-27p)
07,26(32-38p)
603
21
G Farina
1(16-175p)
16,67(15-180p)
5(45-18p)
14,71(15-144p)
5(42-09p)
14,71(16-70p)
596
22
M Andretti
1(16-175p)
07,69(30-105p)
13(21-90p)
09,92(23-112p)
18(14-37p)
13,74(17-68p)
587
23
J Rindt
1(16-175p)
14,28(18-165p)
6(38-39p)
09,67(24-108p)
10(32-19p)
16,13(13-76p)
582
24
A Jones
1(16-175p)
11,11(23-140p)
12(24-81p)
10,26(22-116p)
6(37-14p)
05,13(36-30p)
556
25
J Villeneuve
1(16-175p)
09,09(28-115p)
11(26-75p)
06,67(33-72p)
13(24-27p)
07,88(30-42p)
506
26
J Scheckter
1(16-175p)
12,50(21-150p)
10(29-66p)
08,85(26-100p)
3(46-05p)
02,65(48-06p)
502
27
J Button
1(16-175p)
07,69(30-105p)
15(17-102p)
06,38(35-64p)
8(33-18p)
03,40(44-14p)
478
28
P Hill
1(16-175p)
14,28(18-165p)
3(LT-00p)
05,88(38-52p)
6(37-14p)
11,76(21-60p)
466
29
M Hawthorn
1(16-175p)
14,28(18-165p)
3(LT-00p)
06,38(35-64p)
4(45-06p)
08,51(28-46p)
456
30
J Surtees
1(16-175p)
09,09(28-115p)
6(38-39p)
05,31(39-48p)
8(33-18p)
07,08(33-36p)
431
31
D Hulme
1(16-175p)
10,00(26-125p)
8(34-51p)
07,14(32-76p)
1(LT-00p)
00,89(LT-00p)
427
32
S Moss
0(LT-00p)
(LT-00p)
16(16-105p)
23,88(09-168p)
16(17-34p)
23,88(06-90p)
397
33
K Rosberg
1(16-175p)
11,11(23-140p)
5(45-18p)
03,91(44-28p)
5(42-09p)
03,91(41-20p)
390
34
R Peterson
0(LT-00p)
(LT-00p)
10(29-66p)
08,13(29-88p)
14(20-31p)
11,38(22-58p)
243
35
T Brooks
0(LT-00p)
(LT-00p)
6(38-39p)
15,38(14-148p)
3(46-05p)
07,69(31-40p)
232
36
J P Montoya
0(LT-00p)
(LT-00p)
7(36-45p)
07,37(31-80p)
13(24-27p)
13,68(18-66p)
218
37
C Reutmman
0(LT-00p)
(LT-00p)
12(24-81p)
08,22(28-92p)
6(37-14p)
04,10(39-24p)
211
38
F Massa
0(LT-00p)
(LT-00p)
11(26-75p)
06,15(37-56p)
15(19-32p)
08,38(29-44p)
207
39
J Ickx
0(LT-00p)
(LT-00p)
8(34-51p)
06,56(34-68p)
13(24-27p)
10,66(25-52p)
198
40
D Coulthard
0(LT-00p)
(LT-00p)
13(21-90p)
05,26(40-44p)
12(29-22p)
04,86(37-28p)
184
41
R Arnoux
0(LT-00p)
(LT-00p)
7(36-45p)
04,24(43-32p)
18(14-37p)
10,90(23-56p)
170
42
G Berger
0(LT-00p)
(LT-00p)
10(29-66p)
04,76(41-40p)
12(29-22p)
05,71(34-34p)
162
43
R Barrichello
0(LT-00p)
(LT-00p)
11(26-75p)
03,37(46-20p)
14(20-31p)
04,29(38-26p)
152
44
G Villeneuve
0(LT-00p)
(LT-00p)
6(38-39p)
08,82(27-96p)
2(48-03p)
02,94(47-08p)
146
45
M Webber
0(LT-00p)
(LT-00p)
9(33-54p)
04,43(42-36p)
11(31-20p)
05,42(35-32p)
142
46
J Laffite
0(LT-00p)
(LT-00p)
6(38-39p)
03,33(47-16p)
7(36-15p)
03,89(42-18p)
88
47
R Schumacher
0(LT-00p)
(LT-00p)
6(38-39p)
03,30(48-12p)
6(37-14p)
03,30(45-12p)
77
48
C Regazzoni
0(LT-00p)
(LT-00p)
5(45-18p)
03,60(45-24p)
5(42-09p)
03,60(43-16p)
67
49
R Patrese
0(LT-00p)
(LT-00p)
6(38-39p)
02,33(LT-00p)
8(33-18p)
03,11(46-10p)
67
50
J Watson
0(LT-00p)
(LT-00p)
5(45-18p)
03,25(49-08p)
2(48-03p)
01,30(49-04p)
33
51
M Alboreto
0(LT-00p)
(LT-00p)
5(45-18p)
02,33(LT-00p)
2(48-03p)
00,93(50-02p)
23

Olhando os resultados vê-se que apesar de se dar mais importância ao título, as vitórias, poles e seus percentuais também foram significativos. Assim Fangio com 5 títulos ficou na frente de Schumacher com 7 títulos, devido aos mais elevados percentuais da categoria. Os tricampeões Vettel, a surpresa da lista, e Senna ficaram na frente do Tetra Prost, assim como bicampeões ficaram a frente de tricampeões. Apesar do resultado desta estatística montada por mim ter resultados que não seriam minha escolha pessoal achei que ela foi representativa e com uma vantagem, não tem “achismo”, é pura análise das variáveis títulos, vitórias e poles e seus percentuais, graduados em importância relativa.

Fiz também uma comparação entre a lista da BBC e o resultado da estatística e a minha opinião que tem Nuvolari, sem estatísticas porque correu antes da F-1 ser “oficializada”. Tirem as conclusões.

Piloto
BBC
 Estatística.
Minha Opinião
Kimi Raikkonen
NL
19
12
Tazio Nuvolari
NL
NL
6
Jochen Rindt
20
23
17
Graham Hill
19
20
16
Jack Brabham
18
14
9
Emerson Fittipaldi
17
18
10
Nelson Piquet
16
10
4
Lewis Hamilton
15
12
15
Mika Hakkinen
14
13
NL
Nigel Mansell
13
16
19
Gilles Villeneuve
12
44
NL
Alberto Ascari
11
8
13
Fernando Alonso
10
11
18
Niki Lauda
9
9
8
Sebastian Vettel
8
3
14
Jackie Stewart
7
6
11
Stirling Moss
6
32
20
Alain Prost
5
5
5
Michael Schumacher
4
2
7
Jim Clark
3
7
3
Juan Manuel Fangio
2
1
1
Ayrton Senna
1
4
2