Não
sei o que são amores perdidos porque nunca os tive. Tive amores incompletos.
Nunca
perdi um amor, ou ele se transformou numa espécie diferente de amor e ainda
continuou amor, ou tive neste amor uma ilusão que a realidade afastou.
Na
“perda” do primeiro amor cheguei a pensar que minha própria alma, já que era
metade de uma alma só, tinha sido fraturada. O tempo me ensinou que não perdi
almas, ou pedaços de corações, muito pelo contrário, as acrescentei a cada nova
mulher que entrava em minha vida. Hoje chego a brincar dizendo que tenho dez
corações, mas isso espiritualmente é uma verdade, apenas dez corações (com
muitos espaços em cada um deles) seriam capazes de guardar tanto sentimento de
felicidade adquirido pela convivência com estas mulheres maravilhosas. A grande
maioria delas ainda amo, de forma diferente, muito ou pouco, algumas de forma
quase idêntica.
Se
aprendi algo com a vida foi que para o verdadeiro amor a eternidade é um termo
inapropriado porque este amor é intemporal.
Guardamos
tão intimamente pessoas amadas que sempre estamos lembrando: De uma o sorriso
largo; de outra um olhar cúmplice; de outra uma forma de ter seu rosto tocado e
são tantas as memórias.
E
o melhor de qualquer relação é a memória, as boas eu guardo para sentir minha
alma frequentemente mais leve, as ruins evito lembrar porque possivelmente aprendi
as lições necessárias para não repeti-las.
Mas
a memória não deve ser uma prisão, não deve me impedir de olhar para frente,
pois se ficar olhando para trás, como enxergarei a mulher maravilhosa que está
na minha frente? Devo sim usar a minha memória para reconhecê-la mais facilmente.
Por
fim, tenho a certeza de que nunca perdi um amor, ganhei-os todos, isso sim.
Verdade Titus, nunca se perde um amor, sempre se ganha algo bom para ser guardado no coração. Tenho só um, mas cabe muitas lembranças que me fazem feliz. Amar é tudo de bom. Beijo.
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