Quando se fala nas Olimpíadas do México, mais do que as
vitórias dos atletas, a história mais contada é sobre um gesto. Este gesto:
Segundo dois dos seus autores, Tommy Smith e John Carlos, medalhas de ouro e de bronze nos 200 metros, ao contrário do que se pensa, o gesto não foi apenas o de afirmação do poder da raça negra, o Black Power, representado nos braços levantados com os punhos cerrados vestidos com luvas pretas, mas também um gesto contra as injustiças sociais, sobre a pobreza representada nos pés descalços, mas principalmente na luta pelos direitos humanos representados no adesivo que colaram nos seus uniformes, este distintivo abaixo:
Antes
do pódio, Tommy Smith e John Carlos conversaram com o medalha de prata, o
australiano Peter Norman sobre a atitude que iriam tomar no pódio. Norman não
apenas sugeriu aos dois atletas americanos que eles dividissem as luvas que
pertenciam a John Carlos como também pediu um adesivo para usar ele mesmo. E
usou como bem mostra a foto a seguir:
O gesto de braços opostos levantados, cada um com uma luva,
foi idealizado pelo Norman. O uso do adesivo provocou o banimento de Norman por
dois anos das pistas. A mídia Australiana, propositadamente o levou ao
ostracismo no seu próprio país, que deveria ter orgulho pelo atleta vencedor da
medalha de prata olímpica e do ser humano extraordinário que se juntou a luta
pelos direitos humanos.
O tempo foi pródigo em homenagear os dois panteras negras, que
se tornaram heróis e receberam diversas homenagens. O mesmo tempo, no entanto,
relegou a Peter Norman o esquecimento.
Entre muitas homenagens recebidas pelos heróis americanos
está uma escultura do pódio. Nesta escultura porém, fica patente a injustiça
feita a Peter Norman. Eis a foto:
Por uma questão de justiça histórica, é imperativo, que não
apenas a estátua seja revista, mas também a própria história. De um australiano
branco, cujo papel numa imagem icônica não deve ser apagado, mas lembrado, com
toda a honra que o atleta, homem, Peter Norman merece.
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