A Fórmula 1, muito por conta do talento de Nelson Piquet, tornou-se
meu terceiro esporte favorito, atrás do tênis e futebol. Não perdia uma corrida.
Hoje vejo apenas lances ou pela Televisão ou pela Internet. O Automobilismo, no
entanto, ainda permanece querido, afinal os carros são para o homem o que as bolsas e sapatos são para as mulheres. Vejo quase tudo que passa ou consigo
acessar, mundial de marcas, Nascar e até a Estoque-car (expressão roubada do
jornalista especializado Flávio Gomes). Curti muito o especial das 24 hs de
LeMans da SporTv. Mas a Fórmula 1 está fora disso.
Os avanços tecnológicos da década de 90 levaram a criação de supercarros
de Fórmula-1, que inquebráveis, tornaram os campeonatos previsíveis acabando
com o campeonato de pilotos, afinal quem estava na melhor equipe era o campeão,
com poucas exceções, geralmente provocadas por conflitos dentro da mesma equipe.
Este ano, com a loteria dos pneus, tornou o campeonato interessante,
porém o patrocínio acabou com o talento e a verdadeira competitividade da
Fórmula 1. Através de forte patrocínio, até mesmo o muito talentoso Fernando
Alonso comprou sua vaga na Ferrari para poder sair da decadente Renault
comandada por seu “padrinho” Flavio Briatore, canalha que provocou o fim da
carreira de Piquet Jr na Fórmula 1.
Este patrocínio espanhol não é tão nocivo porque ao menos é
para um profissional talentoso. Porém muitos outros patrocínios compram vagas em
equipes que estariam melhor ocupadas por pilotos com real talento. Um piloto
sem talento algum, como o Senna Sobrinho, com o dinheiro de forte patrocínio,
ocupa uma vaga que poderia ser usada por um piloto talentoso, não importa a
nacionalidade. É triste ver um piloto altamente promissor como o Razia, baiano
da GP2, sem reais chances na Fórmula 1 por não ter um patrocínio que lhe compre
uma vaga numa equipe média, ou forte, afinal, até mesmo a Ferrari se vendeu ao
patrocínio espanhol.
Os patrocínios, ao impedirem a entrada de verdadeiros
talentos na Fórmula 1, terminaram o serviço iniciado pela distância tecnológica
entre as grande equipes e as médias. Se o disparate tecnológico matou a Fórmula
1, os patrocínios a enterraram muito mais fundo que os usuais sete palmos.
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