sábado, 25 de agosto de 2012

Galeria de Ídolos - Félix



Nesta foto acima, o ataque mais talentoso que já existiu ou existirá em qualquer esporte, em qualquer tempo, em qualquer dimensão. Os quatro agachados, de Gérson a Rivelino, passando por Tostão e Pelé, reúnem mais talento que qualquer combinação de onze outros jogadores desde que deixem Garrincha de fora. Quatro contra onze e ainda seria covardia. Se Garrincha, em forma, estivesse no lugar de Jairzinho, este seria não o time dos sonhos, mas o time do paraíso em vida.

No futebol, meu coração de torcedor sempre esteve dividido entre o Ypiranga de meu pai e meu tio e o Bahia, afinal precisava torcer por algum time depois que o Ypiranga ficou no limbo do esporte por culpa de dirigentes ineficientes. Não sou aquele torcedor que também torce por times de outro Estado ou de outros países, mas nutro simpatias por times que jogavam o belo futebol, como o São Paulo do Telê. Porém dois times tiveram minha simpatia por um longo tempo. O Fluminense de Gérson e Rivelino, para mim os dois maiores camisas 10, de meia-esquerda, que já existiram. Maradona nem chegava perto e não entendo porque sempre compararam o Maradona ao Pelé. Pelé era um atacante que vestia a 10. O melhor atacante depois do Garrincha, mas não tinha o talento de armador que Gérson e Rivelino esbanjavam.

Outro time que conta com a minha simpatia era a Portuguesa, não era nem é considerado um time grande, mas sempre importunava os “gigantes” paulistas.

Hoje me lembrei destes dois times com um sentimento de perda. Isto por causa de um jogador que defendeu honrosamente estes dois times. Uma imagem me veio à memória várias vezes hoje. A imagem do lance que acontece aos vinte segundos deste vídeo. Lembro-me de minha preocupação com o Félix ao ser tão brutalmente atingido pelo inglês covarde, achei que Félix tinha desmaiado e até hoje ainda acho. Lembro também da felicidade que fiquei com o troco de Carlos Alberto no inglês.

Félix era um goleiro corajoso, bem-humorado e muito, muito injustiçado. O reconhecimento nunca esteve à altura de seu talento, ou de sua coragem. Jamais recebeu o reconhecimento que merecia, pelo menos em vida. Lembro que, quando criança, todas as vezes que via alguém calçar luvas para jogar de goleiro eu achava um covarde, afinal o Félix não usava.  Também me lembro da surpresa de vê-lo com luvas na final contra a Itália quando jogou toda a copa sem elas. Se houve algum motivo para isso, esqueci nestes quarenta anos, porém jamais vou esquecer a coragem e o talento daquele goleiro que apenas Rogério Ceni conseguiu igualar em admiração.

Neste momento deve estar junto a Didi, Telê e Nelson Rodrigues tentando convencer ao Garrincha a usar a camisa do Fluminense num baba (pelada)celestial. Depois de ter acertado com Castilho que cada um jogará um tempo.

Um grande abraço no imortal Félix, afinal, heróis não morrem.

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