Falta
apenas uma semana para a televisão americana dar um grande salto de queda livre
para abaixo da linha da mediocridade. Na próxima sexta-feira termina a série de
televisão mais inteligente já produzida. Termina por falta de audiência nos
Estados Unidos, uma prova da imbecilidade geral que assola aquele país e o
planeta como um todo. Até que a Fox sustentou a série nos três últimos anos por
conta da legião de fãs dedicados que a série arrebatou pelo mundo afora. Fãs
criativos assim como ou autores da série. Fãs que demonstraram seu amor pela
série de forma comovente, produzindo vídeos e encaminhando presentes relacionados a série para os produtores, de forma cativante, o que fez a série sobreviver mais três anos apesar da baixa audiência. Mas
não foi o suficiente.
Desde
o início os autores disseram que seria uma série sobre uma família, os Bishops,
entremeadas de ficção científica. Na verdade, a ficção científica teve igual
importância ao desenvolvimento da “estória” familiar. Ambas escritas com um
brilhantismo jamais visto nas pequenas telas.
Como
cientista fiquei maravilhado pela ciência “Fringe”. Como pai, emocionado com absolutamente
todas as cenas entre Walter e Peter, pai e filho, magnificamente interpretados
por John Noble e Joshua Jackson.
O
brilhantismo da série mostrou, pela falta de reconhecimento da grande mídia, o
quanto a mídia americana é deficiente, movida pela “celebridade” e incapaz de
compreender o talento. Durante os cinco anos da série, John Noble, o intérprete
do personagem Walter Bishop deveria ter recebido todos os prêmios dirigidos a
interpretação em TV. TODOS. Neste último ano, os prêmios deveriam ir todos para
o ator Joshua Jackson, intérprete do personagem Peter,
que nos quatro anos anteriores não recebeu dos escritores um texto digno de seu
talento e que neste último ano foi recompensado com a oportunidade de mostrar o
seu talento, possivelmente por conta do que disse Joel Wyman, o timoneiro do
barco Fringe: “Ele nunca esquece uma linha do texto, está sempre de bom humor,
profissionalmente pontual e nunca reclama de nada. Qualquer coisa que
arremessemos para ele, ele dá conta com um talento incrível, profissionalismo e
o desejo de dar o seu melhor”.
Uma
das cenas mais emocionantes desta série foi quando Walter recebeu o desenho da
tulipa, o que representava para ele o perdão divino. Uma tulipa como esta:
Para
quem assistiu a série não preciso explicar mais. Para quem não assistiu,
recomendo pegar os DVDs da série. Quanto à tulipa, representando uma analogia
ao perdão, quando a televisão voltar a ter uma série tão inteligente e criativa
quanto Fringe, o que duvido muito, encaminharei uma tulipa aos produtores
responsáveis.
Concordo que Fringe irá fazer falta. Acho que foi a melhor série de ficção científica mas existem outras séries boas.
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