quinta-feira, 7 de junho de 2012

Dementieva: Uma Deusa e suas escolhas insensatas.




É muito fácil “falar” depois dos acontecimentos. No entanto, neste assunto, eu venho “falando” desde o momento em que a Deusa Elena Dementieva resolveu aposentar-se do tênis. Escolheu um péssimo momento.  O momento em que poderia ter deixado de ser a melhor tenista a não ter vencido um torneio de Grand Slam. Hoje ela seria, tenho certeza, não apenas campeã olímpica defendendo seu título, mas campeã de alguns (isto mesmo, no plural) torneios de Grand Slam.

No ano de 2010 após passar toda uma carreira com um saque deficiente, melhorou o seu serviço para no final do ano aposentar-se em um WTA Championship. Entre as melhores. Mesmo com problemas de lesões. E estas poderiam ser tratadas a tempo dos torneios de Grand Slam do meio do ano de 2011.

Vejamos, a campeã de Roland Garros em 2011 foi a Na Li, no H2H com Dementieva, a Elena vence por 3x1. A campeã de Wimbledon foi a Petra Kvitova, que só jogou uma vez contra a Elena e perdeu. A Campeã do US Open foi a Sam Stosur, no H2H a Elena tinha 5x2 a seu favor. E a campeã  do AUS Open de 2012 foi a Azarenka que perdia para a Elena no H2H por 3x1.

Não estou dizendo que por causa do H2H a Elena seria a campeã. Assim a Serena teria vencido tudo. Mas tendo um retrospecto favorável contra todas as últimas vencedoras de Grand Slam e com a melhora de seu saque, as possibilidades de ganhar mais de um destes torneios era real. Porém, por ser passado, esta  possibilidade ficará gravada na categoria do “SE” que é o pior lugar para se estar.

Independentemente desta possibilidade de vencer alguns destes torneios, a decisão de se aposentar juntou-se a outras decisões erradas na carreira de tenista tomadas pela Deusa Elena.

As principais foram duas. Logo após as derrotas nas finais de Roland Garros e do US Open de 2004 ficou claro para todo mundo que Elena deveria trabalhar o seu serviço e a sua característica psicológica de aceitar facilmente uma derrota em decisão.

Era notória a necessidade de um trabalho psicológico que nunca foi feito. Ela não precisaria mudar seu jeito de ser, que conquistou uma legião de fãs, até mesmo entre suas adversárias. Mas o seu comportamento em quadra. Um pouco da agressividade da Maria Sharapova e da Ana Ivanovich dentro da quadra só faria bem a “tenista” Elena.

Em 2008 teve o próprio exemplo nas Olimpíadas, quando entrou com a mentalidade vencedora e levou a medalha de ouro vencendo nas quartas a grande favorita ao título de campeã olímpica, Serena Williams.

No título olímpico mostrou que tendo vontade venceria o mundo. Por quê não manteve esta vontade nos torneios de Grand Slam? Acho que jamais saberemos.

Quanto ao serviço, no último ano mostrou um progresso para logo depois aposentar-se. Ora bolas, a Dementieva não é apenas a mais graciosa, educada, gentil, elegante, charmosa e bela mulher que surgiu nas quadras de tênis. É certamente a mais misteriosa de todas.

Ainda há tempo de voltar, vejo adversárias a altura, mas nenhuma superior. Mas existem pessoas que não percebem o bonde da história passar, nem com todo o barulho que eles fazem.

Elena, minha Deusa, ouça o bonde gritando: VOLTE ÀS QUADRAS, VOLTE ÀS QUADRAS, VOLTE ÀS QUADRAS.

Um comentário:

  1. Perfeito.
    Acompanho no grito. VOLTE ÀS QUADRAS, ELENA.
    Leonardo

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