Vi uma figura
feminina no mar, surfando uma onda com uma longboard 8’8”. Meu coração regendo meus sentidos, como se estivesse executando “Clair de Lune”
de Debussy. Uma lágrima salgada saiu de meu olho esquerdo.
Senti-me abençoado
de estar sentado na areia, observando a figura esbelta, os cabelos compridos
molhados jogados de um lado para o outro, camiseta molhada grudada na pele e um short discreto, com um sorriso de felicidade por estar recebendo do oceano aquele
presente em forma de onda. Fiquei sentado observando-a voltar ao oceano para
escolher mais uma onda e nem lembro mais de quantas ondas a garota pegou. Por
fim ela saiu da água, uns vinte metros de onde eu estava sentado. Ela veio em
minha direção, e sorriu ao perceber minha prancha que estava deitada ao meu
lado. Muita coincidência era uma 8’8” também.
- O mar está perfeito
para longs hoje – disse ela com uma voz doce, juvenil.
- Percebi. – Respondi.
– Vi suas ondas, você surfa muito bem.
- Obrigada Tio. E o
senhor, já entrou?
Tio. Toda vez que
ouço a palavra é como se fosse uma bofetada na minha velha alma, porém jovem na
busca eterna de aprendizado e no espírito aventureiro.
- Não. Estou indo
agora.
Peguei minha prancha
e sorri para ela. Ao caminhar em direção ao mar pensei: “O oceano não se
importa se você é jovem ou velho, rico ou pobre, preto, branco, amarelo ou
verde. Ele apenas reconhece quem o respeita e quando se sente amado, às vezes,
não sempre, te presenteia com ondas perfeitas”.
Fui receber meu
presente.
Já surfou no Sri Lanka? A onda mais perfeita que surfei, foi lá! Belo presente.
ResponderExcluirrsrs
Vivendo & Aprendendo..(V&A)
Infelizmente não. Se tiver esta oportunidade, não deixarei passar.
ExcluirSeu texto me fez lembrar de umas das perguntas que me fizeram a pouco tempo "por que o número de voltas que alguém deu em torno do sol e tão importante pra muitos?", me veio tantas respostas e nenhuma delas me parece boa o bastante.
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