Cenário Inesquecível.

Entre 1990 e 2001 vivi oito anos no Rio de Janeiro, os outros três em vai e vem com Salvador. Sem dúvida foram os momentos mais felizes na minha vida e com o mais belo cenário disponível no mundo.

Vi shows gratuitos para o público na praia de Copacabana de Lulu Santos e de Tim Maia e tantos outros. Sim, de Tim Maia, até ele aparecia para dar shows.

Vi concertos de música clássica e shows de Bossa-Nova em um parque que ficava em frente ao Arpoador.

Vi a inauguração da Linha Vermelha que poupava um tempo precioso no meu caminho Copacabana-Fundão.

E finalmente, vi a maravilhosa e inigualável beleza da cidade.

No entanto, bem mais importante do que eu vi, foi o que convivi.

Convivi com o espírito gozador e também auto-depreciativo do carioca.

Convivi com as Meninas do Rio, naturais, elegantes na expressão da natureza feminina e belas, belas como somente elas são capazes de ser, de biquínis, sem maquiagem e um sorriso sapeca no rosto. E parafraseando Caetano:

“Ah! Menina do Rio,

Calor que provoca arrepio.

Andorinhas tatuadas no pescoço.

Biquínis e carne envolvendo o osso.

Coração, de eterno flerte.

Adoro ver-te..."

Hoje, aniversário da cidade mais linda do mundo, não consigo ver na TV imagens da cidade, e com enorme esforço contenho as lágrimas ao escrever este texto. Isto porque cheguei a idade aonde mesmo as memórias mais felizes vem acompanhadas de uma gigantesca saudade e a vontade de voltar no tempo, não para ser novamente jovem, mas para viver tudo, tão intensamente, maravilhado, surpreso como vivi no Rio de Janeiro, tendo como cenário as praias de Copacabana e da Barra, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Corcovado, o Cristo Redentor e até mesmo o Fundão, onde estudava/trabalhava, que se não tinha a mesma beleza natural dos cenários anteriores, teve acontecimentos, inesquecíveis acontecimentos, assim como são inesquecíveis os cenários que o Rio nos proporciona.

Rio de Janeiro. Te amo.

P.S. Como pude esquecer o motivo da foto? Entre o que vi, centenas de inesquecíveis entardeceres sentado na Pedra do Arpoador, conversando com os melhores amigos que se pode ter.