Estou
de volta ao Tacape. Novamente para escrever sobre política. Pela razão de não
ser possível escrever esse texto no Twitter, mesmo em um “thread”.
O
texto se refere aos fatos ocorridos nesta sexta-feira, dia 24 de abril de 2020.
Vamos
por ordem cronológica:
11:00
hs – O ministro da Justiça Sérgio Moro convocou uma entrevista coletiva para
anunciar o seu pedido de demissão. Em vez de fazê-lo ao Presidente da República
que o nomeou, preferiu fazer aos jornalistas, em sua maioria da imprensa lixo
que domina os noticiários deste país, e o fez, com toda a pompa e
circunstância, na sua voz fina, mas no tom calmo e pausado de sempre, no
entanto, com expressões personalizadas no uso excessivo do pronome, mostrando
desde o princípio a vaidade egocêntrica que, confesso, passou despercebido por
mim no momento da entrevista. E partiu para o ataque contra o Presidente. Um
ataque tão feroz que me fez pensar que ele teria provas de comportamento
criminoso do Presidente e que apresentaria no momento certo.
Neste
momento, tomado por ira (um dos cinco pecados capitais que possuo, os outros
são a gula, suspensa nestes tempos de confinamento no presídio que antes chamávamos
de lar, luxúria, soberba e preguiça. Esta última em progressão geométrica com o
confinamento) elogiei Moro, chamei-o de Herói (triste engano), e critiquei
veementemente Bolsonaro no Twitter. Tuítes que apagaria mais tarde, revoltado
com minha própria ingenuidade de acreditar em Moro. Escrevi também no WhatsApp
de grupos e amigos. Estes não deram para apagar.
Um
sobrinho, médico como eu, mas diferentemente de mim, atuante, respondeu com
sabedoria: “Bolsonaro tem de falar agora! Nunca fecho um diagnóstico sem o
outro lado! Mas, os argumentos vão ter de ser muito adequados!”
Resolvi
esperar o pronunciamento do Presidente Bolsonaro.
17:00
hs – O Presidente Bolsonaro concedeu a entrevista e explicou, com clareza, o
que o levou a demitir Valeixo. Citou a inação do diretor geral da Polícia
Federal (o mesmo que afirmou ser o obviamente assassino contratado Adélio um
lobo solitário) diante de várias situações, entre elas o atentado sofrido por
ele, e as acusações falsas do porteiro de que Bolsonaro teria ordenado a
entrada para visita a ele, dos suspeitos de terem matado Marielle.
Cabe
aqui uma observação: Eu já tinha solicitado diversas vezes no Twitter a
demissão do Valeixo pelo desinteresse de investigar quem mandou matar o Presidente
Bolsonaro. E após toda a fala do Presidente, eu fiquei com uma pulga atrás da
orelha. Por que o Moro estava tão susceptível a demissão do Valeixo? Por que Moro
sugeriu ao Presidente que esperasse a saída dele para ingressar no STF para
remover o Valeixo? Este assunto será retomado mais adiante.
Após
a fala de Bolsonaro percebi que errei ao julgá-lo precipitadamente. Ele deixou
claro a razão da demissão de Valeixo. E ao contrário do que disse o respeitado (por
mim também) jornalista Augusto Nunes no programa Pingo nos Is (que voltei a
assistir após a saída do Moura Brasil), Bolsonaro deixou claro a motivação para
a demissão. Só não disse a frase “o demiti por causa disso”.
As
dúvidas passaram para o lado da atitude do Moro.
O
que Moro queria ao dizer ao Presidente que esperasse a nomeação dele ao STF para
demitir Valeixo? Medo de uma represália? Autoafirmação de poder? Muito estranho
este pedido.
Tendo
lido no Twitter que o cretino site O Antagonista afirmava que Moro dispunha de
provas contundentes que provariam ser Bolsonaro um mentiroso, resolvi esperar
por estas provas.
Jornal
Nacional, não sei a hora exata – Moro, em um papel completamente constrangedor,
entregou ao Jornal mais canalha deste país, o que em passado recente afirmou,
ao ter sido vítima deste tipo sórdido de vazamento, ser irrelevante como prova,
pois poderia ser retirado do sentido, mensagens trocadas com o Presidente e com
a deputada federal Zambelli. Só no ato desta entrega, Moro mostrou quem era,
como disse a uma amiga e no Twitter depois: "Muito decepcionado com Moro.
Após o JN, mais ainda. Mostrou, mesmo se tivesse razão (o que não acho que
tenha) que neste momento delicado no país, é um homem movido a vaidade. Faltou
grandeza, faltou ética e faltou caráter a Moro. Sobrou honestidade no Presidente
Bolsonaro.”
Sobre
a Zambelli, a deputada federal, que sempre o defendeu Moro quando este era
atacado pelos canalhas e corruptos do Congresso, conforme mostra o teor da
conversa entregue, numa atitude cretina do Sérgio Moro (NA MINHA OPINIÃO), ao
Jornal Nacional, tentou demover o Ministro da ideia de demitir-se, referindo-se
a ida ao STF (por que este tema é tão recorrente?) no que Moro inicialmente
responde “Prezada, não estou a venda” para depois dizer “Vamos aguardar, já há
pessoa(ou pessoas ou pessoal, pois está coberto na foto) conversando lá”. Ora
bolas! Conversando o quê? Qual o teor destas conversas?
A
respeito desta resposta desaforada a Carla Zambelli, não é estranho que Moro
seja desaforado com ela, e com o então candidato Bolsonaro ao recusar-lhe um aperto
de mão, e ao mesmo tempo ser tão cordial com políticos reconhecidamente crápulas?
Pagou
a defesa que a deputada Zambelli lhe fez no Congresso com escárnio e exposição
iníqua, quando disse ser este tipo de “evidência” irrelevante ao ter sido
exposto por Verdevaldo. E pagou a defesa que Bolsonaro sempre fez dele, prestigiando-o
ao levá-lo a eventos que não precisavam da presença dele, como uma mostra da
confiança que lhe tinha, com uma facada nas costas, típica dos covardes,
categoria na qual o ex-ministro se enquadra tão bem (NA MINHA OPINIÃO).
Ao Moro
pode ser dedicada uma parte da canção “Desafinado” de Jobim e Mendonça: “Fotografei
você na minha Rolleiflex, revelou-se a sua enorme ingratidão”. Ingratidão e canalhice
(NA MINHA OPINIÃO).
Enfim,
fiquei esperando as tais provas contundentes de que o Presidente Bolsonaro
teria cometido pessoalmente algum malfeito. Não foram apresentadas. A única
coisa que se apresentou foram questionamentos legítimos sobre procedimentos
tomados pela Polícia Federal a respeito de fatos com seus valores de
importância invertidos pelo Valeixo, em detrimento do esclarecimento de fatos importantes
tais como: QUEM MANDOU MATAR BOLSONARO?
E por
que a presença de alguém que estaria interessado em esclarecer isso, como o possível
indicado Ramagem, na direção da Polícia Federal incomodava tanto o Sérgio Moro?
Espero que um dia esta minha dúvida seja esclarecida.
Por
enquanto, uma dúvida eu não tenho mais.
Caiu
a máscara. Caiu a máscara do herói juiz. Revelou-se que o “herói” judiciário era
apenas uma aparência de um transmorfo.
ESTE TEXTO REFLETE UMA
OPINIÃO, APENAS UMA OPINIÃO, sem acusações de cometimento de crimes por qualquer
pessoa citada nominalmente no texto. Os adjetivos utilizados refletem apenas a
opinião, com julgamento de valor dos acontecimentos referidos, sem proclamar
como fato a opinião adjetivada.