Para que a farsa histórica não continue
prosperando é bom esclarecer os fatos:
No dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I,
filho primogênito de Dom João VI, portanto, naquele momento, futuro Rei de
Portugal, dá um gritinho as margens do Ipiranga: “Independência ou Morte”, como
se o pai dele, Rei de Portugal, fosse mandar matá-lo. Deixou-o brincar de Imperador,
mas não retirou as suas tropas do país, concentrou-as na Bahia, onde se dava as
maiores transações financeiras advindas do mercado agrário. As margens do
Ipiranga não houve batalhas, se é que o grito existiu, o que houve, decerto,
foram conversas diplomáticas com representantes de outros países,
principalmente dos EUA e México para o reconhecimento da Independência. O Brasil não se tornou independente, propriamente
dito, ganhou o Status de País independente, reconhecido pelos EUA e México em
primeiro lugar e depois por outros países, mas continuava ligado a Portugal por
consanguinidade de seu Imperador, e é sempre bom lembrar, FUTURO Rei de Portugal.
E a Independência da Bahia? A Bahia não fazia
parte do Brasil? Como o Brasil poderia ser um País independente com um espaço
importante para a economia da época ainda tomada por portugueses? Na Bahia,
batalhas sangrentas existiram, mártires em profusão. No entanto, Tiradentes, um
conspirador, se não foi apenas um bode expiatório, tem um feriado celebrando
sua morte, enquanto verdadeiros heróis dos campos de batalha na Bahia, Maria
Quitéria, Joaquim Bulcão, ou o Visconde de Pirajá não são homenageados.
Porque não são homenageados? A resposta é
óbvia, porque quem escreveu a História dos livros brasileiros foram os
cariocas, paulistas e mineiros e por isso Tiradentes é visto como um herói sem
jamais pegar em armas, por encontros de falatórios contra a coroa portuguesa,
enquanto os que morreram em campos de batalha sequer são mencionados, lembrados
apenas no seu Estado, a Bahia.
Pela análise fria dos fatos, a independência
do Brasil deveria ser comemorada no dia 2 de julho de 1823, quando finalmente
os portugueses saíram do Brasil, expulsos da Bahia.
A história não para aí. Para o povo
brasileiro não mudou nada, a escravidão continuou, as terríveis condições de
vida dos pobres também, a “Independência” do Brasil beneficiou realmente apenas
os “coronéis” agrícolas.
Parênteses histórico: Não existe um único
documento comprobatório de que o “Grito do Ipiranga” existiu e a inexistência
do ato é reconhecida até por historiadores do eixo Rio-SP-MG. A pintura “Independência
ou Morte” de Pedro América (Figura acima) feita em 1888 é reconhecida também
como obra da imaginação do autor e muitos especialistas em pintura a consideram
plágio da obra de Ernest Meissonier, “Batalha de Friedland” (Figura abaixo),
feita em 1807. Plágio ou não, a pintura de Pedro Américo tem clara inspiração
na obra de Meissonier.
Os políticos dizem querer corrigir erros
históricos, e, no entanto, jamais soube de um requerimento para se mudar a data
de independência do Brasil de 7 de setembro de 1822 para 2 de julho de 1823,
nem mesmo por políticos baianos.
E se olhar profundamente a história do
Brasil, a data da VERDADEIRA independência do Brasil não é nenhuma das duas
datas. O Brasil só ficou livre da CONSANGUINIDADE com Portugal no comando do país
quando da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889.